A Azul (AZUL4) está avaliando estratégias para renegociar suas dívidas. Entre as opções consideradas, segundo a Bloomberg, está o pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 11”.
O Chapter 11 é um mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. Ele é usado por empresas em dificuldades financeiras ou por seus credores nos Estados Unidos.
Sua função é suspender a execução de dívidas, permitindo que a empresa proponha um plano de reestruturação financeira e operacional, mantendo suas operações. Essencialmente, é semelhante à recuperação judicial brasileira, mas com distinções importantes.
Embora um pedido de Chapter 11 esteja sendo considerado, a Azul (AZUL4) pretende evitá-lo e está trabalhando com o Citigroup (C; CTGP34) para um potencial follow-on (oferta de ações), afirmou a fonte da Bloomberg. .
O Chapter 11 dos EUA foi uma estratégia adotada pela Gol (GOLL4) para reorganizar as suas contas com o pedido de recuperação judicial. A companhia aérea tem uma divida estimada em US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e realizar mais de uma dezena de trocas de dívidas.
Além da Gol, outras três companhias aéreas da região – Avianca, Latam Airlines e Grupo Aeromexico – entraram com o pedido em 2020, com seus respectivos processos se arrastando por anos. Desde então, transportadoras menores como a InterJet, no México, e a Viva Air, da Colômbia, também encerraram operações.
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Azul ainda trabalha para se fundir com a Gol
Além disso, a Azul está trabalhando com o Citi como consultor sobre o potencial contrato de fusão com a Gol.
Outra opção que vem sendo estudada é a emissão de novas dívidas por meio da unidade de carga da Azul.
Para a Bloomberg, representantes do banco americano e da Azul não comentaram.
A aérea também trabalha para acelerar a eventual fusão com a Gol, para assim convencer os credores de que uma nova companhia combinada teria níveis mais baixos de dívida e melhores perspectivas de crescimento, disse uma das pessoas.
Mas essa abordagem é vista como menos atraente, considerando as urgentes necessidades de caixa da Azul e os fracos resultados financeiros.
Azul esclarece informação da agência de notícias
Nesta tarde de quinta-feira (29), a Azul emitiu uma nota para esclarecer as informações divulgadas pela Bloomberg. Segundo a companhia aérea, a matéria foi “mal-interpretada”.
A Azul afirmou que 2024 tem sido um ano desafiador para suas operações, impactadas por uma série de fatores. Dentre eles, empresa cita:
- a desvalorização do real brasileiro,
- a redução da capacidade doméstica devido às enchentes no Rio Grande do Sul, e
- o fechamento temporário do Aeroporto de Porto Alegre estão entre os principais desafios mencionados.
Além disso, a Azul também destacou “a redução temporária em nossa capacidade internacional no primeiro semestre do ano” e “os atrasos nas entregas de novas aeronaves pelos fabricantes” como fatores que prejudicaram seu desempenho.
Para resolver estes problemas, a companhia citou que desenvolveu um novo plano estratégico para melhorar sua estrutura de capital e posição de liquidez.
“A companhia está em negociações ativas com seus principais stakeholders para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado. Em linhas gerais, os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes”, explicou a Azul.
Outro ponto abordado na nota foi a capacidade da Azul de captar recursos adicionais, com a possibilidade de levantar até US$ 800 milhões usando a Azul Cargo como garantia primária.
A empresa também mencionou que possui outras fontes de liquidez disponíveis e que o Congresso brasileiro aprovou recentemente um projeto de lei que facilita o acesso das companhias aéreas a linhas de crédito recorrentes, apoiadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).
Em relação a uma possível parceria ou combinação de negócios com a Gol, a Azul informou que está em “discussões com a Abra”, mas enfatizou que “até a presente data, ela não celebrou ou formalizou um acordo, vinculante ou não.”
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