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Temporada de balanços dos EUA surpreende positivamente, diz estrategista-chefe da Avenue

Temporada de balanços dos EUA surpreende positivamente, diz estrategista-chefe da Avenue

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, afirma que a temporada de balanços do segundo trimestre nos Estados Unidos está surpreendendo positivamente.  

Segundo ele, mais de 80% das empresas listadas em bolsa já divulgaram seus balanços, sendo que 80% reportaram números melhores do que os previstos pelos analistas.

“Geralmente, os analistas são bem conservadores nas estimativas de lucro e receita e os resultados batem as projeções, em média, em 60% a 70% dos casos. Desta vez, a surpresa foi maior e positiva”, afirma.

Para ele, isso corrobora a ideia de que o mercado estava pessimista demais com a economia.

“O mercado esperava números fracos, demonstrando desaceleração da economia. Os juros aumentando geraram uma percepção muito forte de recessão”, avalia.  

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Ele pondera, no entanto, que o desempenho das empresas não tem sido uniforme, com setor industrial reportando números mais fracos. “Este setor, em particular, passou por um momento bastante ruim, com empresas estocadas, fazendo menos pedidos às fábricas. Mas isso passou e, pelos Índices de Gerentes de Compras (PMIs), vemos melhoras. Acredito que tenha sido algo temporário, por excesso de estoque mesmo”, afirma.

Outros setores que não apresentaram bons números foram energia e petróleo, por conta da queda dos preços na comparação ano a ano. “Consequentemente, receita e lucro sofreram nestas empresas”, aponta.

Mas avalia que, no geral, os números estão muito melhor do que o esperado, com desaceleração bem menor do que se imaginava. “Tivemos Amazon (AMZN; AMZO34), Facebook (META; M1TA34) e Google reportando ganhos surpreendentes, inclusive”.

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue

Momento ainda é da renda fixa

Apesar dos balanços melhores do que o esperado e da expectativa pela paralisação do ciclo de alta dos juros em 5,25%-5,50%, Castro Alves aponta que o momento ainda não é de grande exposição à renda variável nos EUA.

“O investidor não deve se deixar levar pelas manchetes de S&P batendo máximas. A gente tinha em 2022 um cenário de quase certeza absoluta de recessão. Agora, vemos que não estamos tendo recessão, o que ajuda o S&P. Mas a bolsa segue oferecendo menos prêmio para quem assume o risco de investir em ações”, explica.    

“Nos ativos de renda fixa, você pode aproveitar das maiores taxas de juros em duas décadas aqui nos EUA, assumindo menos risco. Com ações, você tem menos margem de segurança”, aponta.

Além do menor risco, ele indica, o investidor brasileiro deve olhar com carinho para renda fixa americana porque ela garante também a segurança do dólar, que será sempre moeda forte de proteção contra crises, mesmo que o real esteja em valorização este ano.

Outro ponto é que, com a expectativa de um ciclo de queda de juros nos EUA a partir do ano que vem, o investidor que possui hoje esses títulos poderá negociá-los mais adiante, antes do vencimento, se beneficiando da marcação a mercado – com os juros prefixados em momento de alta, tais títulos valerão mais no mercado secundário quando a queda de juros começar.

Rebaixamento da Fitch não tem impacto

Para William Castro Alves, o recente rebaixamento da agência Fitch para a dívida dos EUA de AAA para AA+ não teve impacto negativo na renda fixa americana.

Isso porque os papéis continuam sendo considerados investment grade (grau de investimento) e não houve mudança no rating para questões regulatórias. Na prática, instituições financeiras e fundos de pensão que só podem fazer investimentos em títulos de países considerados investment grade continuam investindo em papéis do tesouro americano (treasuries) normalmente.

Quais são as opções de renda fixa nos EUA?

Nos Estados Unidos, os títulos de Renda Fixa mais comuns são os prefixados. Isto quer dizer que há uma taxa pré-determinada, que vale até o fim do contrato.

Por exemplo, você adquire um título com remuneração de 7% ao ano até dezembro de 2026. Ao fim do período, você recebe o principal (o valor investido) mais o rendimento.

Os títulos americanos também costumam pagar rendimentos periódicos, geralmente semestrais – o que no Brasil acontece apenas em alguns tipos de títulos, caso dos títulos do Tesouro IPCA com juros semestrais, por exemplo. 

Assim como no Brasil, a Renda Fixa nos EUA só garante a remuneração combinada se o título for mantido até o vencimento. Se você se desfazer do papel antes disso, estará sujeito à marcação a mercado – venda no mercado secundário, com valores de acordo com a demanda.

Saiba, agora, quais são os títulos de Renda Fixa nos Estados Unidos. 

  • Títulos do Tesouro americano (Treasury Bonds), que são considerados os mais seguros do mundo, emitidos pelo governo federal;
  • Títulos corporativos (Corporate Bonds) emitidos por empresas para captar capital;
  • Certificados de Depósito (CDs), equivalentes aos CDBs no Brasil, emitidos por bancos e instituições financeiras;
  • Fundos de Renda Fixa e ETFs de Renda Fixa, que proporcionam diversificação instantânea em diversos títulos.

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