O Fed, banco central norte-americano, decidiu aumentar a taxa de juros dos EUA em 0,25 pontos percentuais, para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano, retomando o ciclo de alta iniciado durante o ano passado e interrompido na reunião de junho.
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A decisão, esperada pelo consenso dos analistas do mercado, foi anunciada na tarde desta quarta-feira (26) como resultado da quinta reunião do ano do Fomc, o comitê de política monetária do Fed. Segundo o banco, o país ainda enfrenta fortes pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho e da atividade econômica, e isso justifica a retomada do aperto monetário.
A alta era esperada mesmo com o CPI, um dos índices de inflação do país, calculado pelo Bureau of Labor Statistics, ter ficado em 0,2% no mês de junho, caindo para 3% no acumulado dos últimos 12 meses. “O Comitê está fortemente empenhado em fazer a inflação regressar à meta de 2% ao ano”, diz o texto divulgado pelo Fed.
Juros dos EUA: mais detalhes sobre a decisão
O payroll de junho, estatística a respeito do mercado de trabalho urbano, registrou uma desaceleração no ritmo de contratações, com 209 mil vagas ante 306 em maio, e menores índices de reajuste. Em seu comunicado, porém, o Fed afirma que “os ganhos de emprego têm sido robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego tem-se mantido baixa”.
Já o PIB dos EUA, no primeiro trimestre, teve alta de 2% na última revisão, número que foi analisado pelo comitê como sinal de que “a atividade econômica continua se expandindo a um ritmo moderado”.
O texto admite ainda que a restrição do crédito deve afetar essa atividade, reduzindo as contratações e a pressão sobre a inflação. “A extensão desses efeitos permanece incerta”, diz, no entanto, o Fed, que promete “continuar muito atento aos riscos de inflação” e diz ter como meta “alcançar o máximo de emprego e uma inflação de 2% a longo prazo”.
“O Comitê continuará a avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária. Ao determinar o grau de dureza adicional que pode ser apropriado para que a inflação volte a 2% ao longo do tempo, o Comitê levará em conta a restritividade cumulativa da política monetária, a demora com que a política monetária afeta a atividade económica e a inflação, e a evolução econômica e financeira”, diz o texto.
O Fed diz ainda que continuará a reduzir as suas detenções de títulos do Tesouro e de títulos de dívida e hipotecários de agências. O texto ainda deixa em aberto a possibilidade de novas altas, de acordo com a necessidade.
“As avaliações do Comitê levarão em conta um vasto leque de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, as pressões inflacionárias e as expectativas de inflação, bem como a evolução financeira e internacional”, conclui o Fed.
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Juros dos EUA: Powell confirma possibilidade de novas altas
Em entrevista, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que é possível um novo aumento na próxima reunião do Fomc, em setembro, “se os dados justificarem isso”. “Podemos apertar mais, se necessário, porque a inflação tem se mostrado mais resistente que o esperado”, informou o dirigente.
Ele reiterou que as decisões são tomadas de forma técnica, a partir da análise dos dados econômicos das próximas semanas. “Acreditamos que a política monetária é restritiva e, olhando para a frente, nossa abordagem seguirá dependente dos dados econômicos para determinar a extensão de medidas adicionais que poderão ser necessárias”, afirmou Powell.
O economista afirmou ainda que o Fed está consciente de que a alta de juros demora a ter efeitos concretos na economia. “Nossos olhos estão dizendo que a política monetária não está sendo restritiva o suficiente, então será preciso mantê-la até que haja confiança que a inflação esteja em baixa.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, acredita que o Fed preferiu se mostrar mais neutro em seu posicionamento, depois de sinalizar no mês passado a possibilidade de até duas altas de juros até o fim do ano.
“O posicionamento do comunicado e também as falas do presidente mostram que a decisão sobre uma próxima alta de juros virá somente a partir dos próximos dados. Acreditamos que a atividade vai se reduzir e a inflação deve cair, o que abre caminho para que não haja mais altas ou, se houver, que a próxima talvez não seja em setembro, mas na reunião seguinte, em novembro”, afirma o analista.
Ele acredita que o mais importante é que Jerome Powell deixou claro que, mesmo que não haja mais altas, o cenário de aperto monetário deve permanecer por um bom tempo. “Pelas falas dele, podemos imaginar um período de até 12 meses com os juros estáveis antes de qualquer sinal de baixa”, completa Kautz.
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