Invista no seu carro com inteligência
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Investimento no Exterior
Notícias
Uma carteira conservadora também deve ter exposição em dólar: entenda

Uma carteira conservadora também deve ter exposição em dólar: entenda

O dólar apresentou forte alta no final de 2024, saltando da casa dos R$ 5,40 para R$ 6,28. Apesar dessa valorização expressiva, que reflete uma desvalorização significativa do real – a moeda mais fraca entre as principais economias do mundo em 2024 –, o movimento não afastou os brasileiros dos investimentos no exterior. Pelo contrário: houve um aumento relevante no volume de aportes internacionais.

Em entrevista ao portal NeoFeed, o CEO da Avenue, Roberto Lee, destacou que uma grande parte dos R$ 20 bilhões captados pela corretora no ano passado foi registrada no último trimestre de 2024 – período em que o dólar disparou.

Segundo Lee, o fenômeno indica que até mesmo os investidores mais conservadores têm buscado proteger seu capital por meio de investimentos nos EUA, com destaque para produtos de Renda Fixa norte-americanos.

Foco na proteção patrimonial

De acordo com Lee, o investidor brasileiro passou a enxergar os investimentos no exterior como uma forma de proteger o patrimônio, independentemente da cotação do dólar. 

O CEO da Avenue aponta que o objetivo dos investidores deixou de ser obter ganhos imediatos e passou a se concentrar na preservação de capital. Este fenômeno, para ele, foi responsável por uma mudança estrutural de mentalidade.

Lee também ressaltou que a migração de investidores conservadores para o mercado offshore é semelhante ao fenômeno da década passada, quando esses perfis começaram a abandonar a poupança para explorar outras opções de investimentos.

Foi muito difícil convencer o investidor conservador a sair da poupança, mas quando ele se move, ele transforma a indústria. Essa mudança começou em 2024, vai se intensificar em 2025 e transformará o mercado para sempre, assim como foi o fenômeno das plataformas abertas”, comentou Lee.

Cenário interno impulsiona migração de investimentos

Outro fator que tem levado investidores brasileiros a olhar para o exterior é a percepção de aumento de risco no Brasil. Para Lee, essa migração é um “caminho sem volta”. Ele destacou que, com o cenário de incertezas fiscais e econômicas, muitos investidores estão ampliando suas exposições internacionais.

A velocidade de crescimento dos Estados Unidos, comparada ao restante do mundo, é impressionante. Se compararmos com o Brasil, nem se fala”, acrescentou.

Expectativas para 2025

A Avenue espera atingir uma captação de R$ 60 bilhões em 2025. 

Segundo Lee, o perfil dos investidores da corretora também mudou nos últimos anos. Enquanto antes o público predominante era formado por jovens abaixo de 30 anos, agora a maioria tem mais de 30 anos e pertence à alta renda.

Lee explicou que, no início da Avenue, o tíquete médio era de US$ 1,5 mil, mas que atualmente o primeiro aporte gira em torno de US$ 60 mil. Ele destacou que a corretora passou a atender um público de alta renda, algo que só foi possível devido à escala alcançada pela empresa.

EQI Research recomenda maior exposição ao exterior

Seguindo a tendência de migração para investimentos internacionais, a EQI Research recomendou, em seus relatórios de alocação de dezembro e janeiro, um aumento na exposição ao exterior. A recomendação subiu de 10% para 15% para todos os perfis de investidores, do mais conservador ao mais arrojado.

A mudança, segundo o relatório, tem como objetivo reduzir os riscos do ambiente macroeconômico brasileiro e aproveitar o início da gestão do presidente Donald Trump, reeleito em 2024.

A EQI projeta que o Federal Reserve (Fed) seguirá um ritmo mais lento de cortes de juros nos Estados Unidos ao longo de 2025, com taxas terminais mais altas do que o esperado anteriormente. O relatório aponta um corte adicional de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed, marcada para 18 de dezembro, com novos cortes previstos ao longo do ano.

Apesar disso, os analistas alertam para um risco crescente de ressurgimento da inflação nos EUA, que poderá alterar as projeções econômicas.

Efeito Trump e impactos no dólar

A vitória de Trump, aliada à conquista da maioria legislativa pelos republicanos, abre caminho para a implementação de suas políticas econômicas, que podem prolongar o período de força do dólar. Esse cenário também pode ser impactado por embates comerciais mais intensos com a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

Por aqui, as preocupações com a economia permanecem. Mesmo com o anúncio de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o governo enfrenta dificuldades em reduzir despesas e equilibrar as contas públicas.

“Esses sinais de aumento de despesas fora do orçamento, combinados com a dificuldade em reduzir gastos, têm intensificado as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública brasileira”, destacou o relatório da EQI Research.

Como resposta a esse cenário, os analistas ampliaram a exposição internacional nos portfólios, destacando o dólar como uma ferramenta defensiva para proteger o patrimônio de riscos relacionados à instabilidade política e econômica no Brasil, além de volatilidade cambial.

Você leu sobre dólar. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!