O economista EJ Antoni, indicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para chefiar o Bureau of Labor Statistics (BLS), instituição responsável por divulgar dados de emprego e inflação do país, defendeu a suspensão do tradicional relatório mensal de empregos dos Estados Unidos, afirmando que sua metodologia, modelagem econômica e premissas estatísticas são “fundamentalmente falhas”.
Em entrevista à Fox Business antes do anúncio oficial de sua nomeação, Antoni afirmou que os dados divulgados pelo BLS são frequentemente superestimados e pouco confiáveis, o que compromete decisões econômicas estratégicas.
“Como as empresas devem planejar — ou o Fed conduzir a política monetária — se ninguém sabe quantos empregos estão sendo criados ou perdidos na economia?”, questionou.
Segundo o economista, até que as falhas sejam corrigidas, o BLS deveria interromper a publicação do relatório mensal e priorizar dados trimestrais, considerados por ele mais precisos, embora menos recentes.
“A falta de confiança nesses números tem consequências de longo alcance”, afirmou.
Antoni, atualmente economista-chefe da Heritage Foundation, ainda precisa ser confirmado pelo Senado para assumir o cargo. Sua indicação ocorre dias após Trump demitir a ex-comissária Erika McEntarfer, poucas horas depois de o órgão revisar para baixo os números de criação de vagas em maio e junho — uma redução de 258 mil empregos, considerada incomum.
Embora Trump tenha acusado publicamente que os dados foram “manipulados” para prejudicá-lo politicamente, Antoni disse não acreditar em fraude deliberada. Para ele, os erros decorrem de problemas técnicos persistentes, como a queda na taxa de resposta das pesquisas — hoje abaixo de 50% — e de modelos estatísticos que, segundo afirma, não se adaptaram às mudanças no mercado de trabalho pós-pandemia.
“Os problemas são evidentes há três anos e ninguém em posição de autoridade os resolveu. Revisões negativas constantes indicam que algo está errado nas metodologias”, declarou Antoni.
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EJ Antoni é economista-chefe da Heritage Foundation e foi indicado pelo presidente Donald Trump para comandar o Bureau of Labor Statistics (BLS).
Ele sugeriu suspender a publicação do relatório mensal de empregos e, no lugar, divulgar apenas dados trimestrais até que a metodologia seja corrigida.
Segundo ele, a metodologia, a modelagem econômica e as premissas estatísticas do relatório são “fundamentalmente falhas”, levando a números frequentemente superestimados e revisões posteriores significativas.
A indicação e as críticas ocorrem após uma revisão para baixo de 258 mil vagas nos números de maio e junho, o que levou Trump a demitir a ex-comissária do BLS, Erika McEntarfer.
Ele ainda precisa ser confirmado pelo Senado antes de assumir oficialmente a liderança do BLS.