O índice de risco-país da Argentina recuou nesta segunda-feira (6) para abaixo da marca simbolicamente importante de 600 pontos-base, um patamar que não era registrado desde agosto de 2018. A queda foi interpretada por operadores como um reflexo de um maior otimismo dos investidores em relação à capacidade do país de honrar suas obrigações financeiras.
O índice, que mede o diferencial de rendimento entre os títulos argentinos e a dívida comparável dos Estados Unidos, atingiu o menor nível em mais de cinco anos durante a manhã. Essa métrica é utilizada no mercado para avaliar o grau de risco percebido pelos investidores sobre as economias emergentes.
Para efeito de comparação, o risco-país do Brasil chegou a 205 pontos em 30 de dezembro de 2024, marcando uma alta significativa de 72,53 pontos ao longo do ano. Esse foi o maior aumento anual desde 2015, quando o país enfrentava uma recessão econômica no governo Dilma Rousseff. Naquele ano, o índice subiu 287,9 pontos.
O que é o risco-país e por que ele importa?
O risco-país é um indicador que avalia a capacidade de um país de honrar suas dívidas externas. Quanto menor o índice, maior a confiança dos investidores no país como destino de investimentos. Ele é calculado com base no spread – ou diferença – de juros entre os títulos da dívida externa do país e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo.
Por exemplo, se um país registra um risco-país de 300 pontos, isso indica que seus títulos oferecem uma taxa de juros 3% acima dos títulos norte-americanos. Índices elevados dificultam o acesso a crédito internacional, elevam os custos de financiamento interno e impactam a confiança dos investidores.
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Fatores que explicam a queda na Argentina
Embora o declínio do risco-país da Argentina represente uma melhora na percepção de risco, o índice ainda está bem acima de economias vizinhas como o Brasil. A redução pode estar relacionada a expectativas mais positivas sobre ajustes econômicos, possíveis acordos de reestruturação de dívida e uma conjuntura internacional mais favorável.
No entanto, analistas alertam que a sustentabilidade da queda dependerá de fatores como a estabilidade política, a evolução da dívida pública e as condições econômicas globais, incluindo as taxas de juros nos Estados Unidos, que impactam diretamente o custo de financiamento de economias emergentes.
Enquanto a Argentina busca consolidar essa tendência de melhora, o Brasil enfrenta um cenário de aumento no risco-país, impulsionado por incertezas políticas e fiscais, além de desafios macroeconômicos.
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