As ações da Nvidia (NVDA; $NVDC34) estão se recuperando parcialmente da forte queda de ontem (27).
Por volta das 14h30, os papéis da companhia negociados na Nasdaq subiam 6,57%, cotados a US$ 126,20. No Brasil, os BDRs da Nvidia acompanhavam o movimento de alta, embora em um ritmo mais contido, com valorização de 4,11%, cotados a R$ 15,21. O desempenho mais tímido dos BDRs é consequência da desvalorização do dólar frente ao real, que opera em queda de 0,47%, sendo negociado a R$ 5,88.
Segundo um levantamento da Reuters, a recuperação parcial dos ativos já garantiu à Nvidia um ganho de mais de US$ 6 bilhões no curto prazo.
Apesar da alta expressiva desta terça-feira, o movimento é visto por analistas como uma correção à queda de 17% registrada na última segunda-feira (27). Essa forte desvalorização, que representou uma perda de US$ 465 bilhões no valor de mercado da companhia, foi a maior já vista pela Nvidia.
Com isso, a empresa caiu para o terceiro lugar no ranking global de valor de mercado, ficando atrás de gigantes como Apple (AAPL; $AAPL34) e Microsoft (MSFT; $MSFT34).
O recuo das ações da Nvidia foi atribuído ao avanço da concorrência chinesa no setor de inteligência artificial (IA). O modelo R1, desenvolvido pela DeepSeek, se destacou como uma alternativa ao mercado de IA.
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Nvidia: concorrência acirrada e reavaliação do setor
O impacto do modelo R1 no mercado de IA vai além da tecnologia em si. Segundo Felipe Paletta, analista da EQI+, o projeto chinês desafia o modelo tradicional de altos investimentos em infraestrutura.
“As empresas investem massivamente em infraestrutura. Enquanto a DeepSeek diz ter investido US$ 6 milhões, o ChatGPT investiu US$ 78 milhões e o Gemini, US$ 191 milhões. Agora cresce o questionamento sobre a real necessidade de tanto investimento“, afirmou Paletta.
A DeepSeek, com sua abordagem mais enxuta, sugere que grandes aportes financeiros podem não ser indispensáveis para alcançar avanços significativos em inteligência artificial. Essa visão tem levado o mercado a repensar a alocação de recursos no setor.
Paletta destaca ainda que o setor de tecnologia como um todo pode estar passando por um ajuste de expectativas. “Minha leitura é que, nos próximos meses, veremos uma convergência dos múltiplos das empresas de tecnologia, predominantes no setor de crescimento (growth), e uma valorização menor em detrimento das empresas de economia tradicional (value)“, avaliou o analista.
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