Internacionalizar investimentos é uma das melhores maneiras de proteger e rentabilizar patrimônio.
E existem bons motivos para isso. O primeiro deles é a busca por uma menor volatilidade na carteira em geral. Afinal, quanto maior a diversificação, menor o risco sistêmico.
E quando se fala em diversificar, é importante que o investidor saiba que o Brasil representa 3% do PIB mundial, 2% do mercado de Renda Fixa e, aproximadamente, 1% do mercado de Renda Variável global.
Ficar restrito a uma carteira com investimentos 100% nacionais significa, portanto, abrir mão de acessar um universo de boas oportunidades.
Investir em moeda forte: a estratégia dos grandes investidores
Um segundo ponto que leva os investidores ao mercado internacional é a possibilidade de investir em moedas fortes, como o dólar, e se tornar menos vulnerável ao risco país.
Contudo, de acordo com uma estimativa da EQI Internacional, 90% dos investidores permanecem com seus ativos dentro do país. Uma das razões para isso é o desconhecimento do mercado.
Investir no exterior é uma necessidade para investidores de países emergentes — como o Brasil. Especialistas recomendam que, pelo menos, 20% da carteira esteja aplicada em moeda forte.
Grandes investidores já sabem que em tempos de incertezas é preciso se apoiar em estratégias de investimentos que permitam sucesso a longo prazo.
Oportunidades de investimento no atual cenário econômico global: entenda quais são
Hoje, diante de um cenário global inflacionário e de juros elevados, tanto no Brasil quanto no exterior, a melhor forma de investir é montando um portfólio com uma alocação, composta de várias classes de ativos que sejam descorrelacionadas entre si, criando pesos e contrapesos.
Mas, quais os melhores meios para se defender: correr o risco Brasil ou dólar? Qual a medida certa para a alocação da carteira?
Para falar sobre as oportunidades que o investidor pode capturar em investimentos globais diante de um momento de incerteza e volatilidade, o EQI Talks reuniu Matheus Janoski Karas, head de Sales da EQI Internacional e Felipe Pássaro, head de Wealth Management da EQI Investimentos.
Se você perdeu, pode assistir aqui a live “Oportunidades de investimento no atual cenário econômico global“.
Veja a seguir os principais insights:
- Como está o cenário global econômico;
- Quais os principais focos de investimentos dos grandes players;
- Como um investidor Pessoa Física consegue capturar esse movimento;
- Como funciona o trabalho do wealth management;
- Como o cenário de juros altos dita a alocação de carteira.
Preço dos ativos: desafio em 2022, mas boas perspectivas em 2023
Na avaliação do head de Sales da EQI Internacional, Matheus Janoski Karas, os clientes vêm se mostrando cada vez mais interessados pelo mercado internacional, tanto pelo momento do Brasil, quanto do exterior.
E existe uma razão para isso. “Estruturalmente, em 2022, todos os ativos sofreram queda, desde o mercado de Ações, até Renda Fixa. O único que se valorizou frente às principais moedas do mundo foi o dólar”, comenta o head.
Diante desse cenário, o investidor tenta buscar um porto seguro em 2023. Mas agora, há espaço para novas preocupações como os impactos de uma recessão mundial e do aperto monetário dos últimos dois anos, conforme destaca Felipe Passaro, head de Wealth Management da EQI Investimentos.
Segundo ele, como herança da pandemia, depois de um estímulo fiscal exagerado, que acarretou na subida da inflação na grande maioria dos países, o momento atual exige o acompanhamento do crescimento das economias mundo afora.
“A inflação corrói o valor dos ativos, por isso tivemos uma perda relevante. Os investidores buscaram nesse período ativos reais como commodities, que se protegem muito bem neste tipo de situação”, analisa o head da EQI Internacional.
No entanto, segundo ele, o jogo deve mudar em 2023. “O cenário inflacionário global deve estar mais controlado, se tornando um momento mais benéfico para preços de ativos”, complementa.
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Cenário de oportunidades: Renda Fixa ou Variável?
No atual momento do ciclo econômico, do ponto de vista da inflação e do crescimento das economias, espera-se uma redução. E, nesse cenário global, a macro classe que se sobressai é a Renda Fixa, considerando o patamar dos juros ainda bastante elevado, avalia Passaro.
“Hoje temos títulos do Tesouro Americano sendo negociados com taxa ao redor de 4%. Os títulos de Renda Fixa de crédito privado estão por volta de 5% ou 5,5%”, aponta.
Contudo, ele avisa, a exposição à Renda Variável deve ser feita com cautela e conforme perfil do investidor. “O preço dos ativos estão interessantes. Porém, diante das atuais oportunidades do mercado, acredito que primeiro o investidor irá ganhar na Renda Fixa e depois com a Renda Variável”, ressalta.
- Leia mais: Como a inflação impacta os investimentos?
Investimentos alternativos: como ficam em 2023
Na avaliação de Felipe Passaro, na contramão do cenário inflacionário, o processo de deflação também exige um exercício árduo por parte dos Bancos Centrais para reanimar a economia. E um dos riscos é a formação de bolhas nos preços de determinados ativos, como o que foi visto até 2021.
“O setor de tecnologia e criptoativos sofreram bastante, com juros reais negativos mundialmente. Isso fez com que as empresas consumissem muito caixa, o que elevou o valuation, gerando grandes discrepâncias”, comenta.
Porém, ele acredita que como efeito prático, nos próximos anos, deverá despontar uma nova safra de empresas que conseguiram passar por esse período gerando resultados, com crescimento.
“Essas serão as empresas que entregarão valor para os acionistas. Isso porque depois que o mercado faz essa separação, o caminho fica mais claro e nítido para crescimento sustentável”, ressalta.
No caso das criptos, as principais moedas, com estruturas mais sólidas como o Bitcoin, devem sair mais fortalecidas, ele avalia.
Ativos estressados, venture capital, commodities e moedas
Nas chamadas “classes satélites”, o head da EQI avalia que duas chamam a atenção. Uma delas é a de ativos estressados de dívidas – fundos que compram dívidas de empresas.
“Nesse momento, os bancos estão mais seletivos quanto ao crédito, ao passo que as empresas precisam vender ativos no mercado. Isso deve acontecer a um preço interessante”.
Segundo ele, o ano de 2023 também será um bom momento para os fundos de venture capital que estiverem captando recursos, já que é aguardada uma boa safra de empresas para investir. “Este é um business bom para estar na contramão do hype”, ressalta.
Para ele, as commodities ainda seguem a perspectiva de inflação de curto prazo, mas na desaceleração da economia, esse ativo não fica tão claro quanto em 2022. “Não se deve ter agora uma posição tão relevante na carteira. Algo em torno de 5 a 10%, dependendo do perfil do investidor”, orienta.
Nessa fase do ciclo econômico, comumente, o dólar enfraquece frente a outras moedas, tanto de países emergentes, quanto desenvolvidos. Contudo, segundo o head, é preciso observar país a país. “No caso do Brasil, há inúmeros riscos locais que afetam o câmbio”, reitera.
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Diminuição da hegemonia do dólar: como ficam os investimentos?
Para o head de Wealth Management da EQI, ainda não há uma tendência clara de enfraquecimento do dólar e dificilmente, os EUA devem perder a hegemonia frente aos competidores.
“A China é o player que poderia mudar esse balanço, pois é a grande compradora do mundo e consegue fazer negociação em sua moeda. Ao mesmo tempo, os EUA tentam reduzir sua dependência na Ásia, voltando algumas cadeias de fornecimento para o ocidente. Esse é um efeito muito positivo para o México”, complementa.
Como fazer a alocação certa entre investimentos locais e internacionais?
Um caminho é observar o quanto o custo de vida do cliente representa em dólar e em reais. Afinal, Passaro observa que grande parte do que consumimos por aqui segue um custo dolarizado.
“Para não haver descasamento, é importante ter ativos em dólar. Até 2021, o envio do dinheiro para o exterior seguia a linha de proteção contra o risco Brasil, mas hoje o mercado internacional está muito bom para a compra de ativos, tanto para Renda Fixa e até para quem quer tomar mais risco, com a Renda Variável”, pondera.
Diante da avaliação do cenário global, o head reitera que hoje o momento é bastante propício para a internacionalização da carteira, com a diversificação em ativos de mesmo grau de risco, mas com um melhor rendimento.
Segundo ele, até mesmo quando a inflação global estiver mais controlada, o diferencial entre Brasil e EUA seguirá gerando oportunidade de ganhos.
“Mesmo que o Brasil volte a ter uma inflação de 4%, contra uma inflação nos EUA de 2% no longo prazo, haverá um diferencial de 2%. Nesse sentido, quando comparamos alguns ativos high yield com o risco Brasil, eles estão rendendo 10%, somados aos 2% do diferencial, temos 12%. E, considerando uma curva de juros ao redor de 11%, o investidor internacional sai ganhando”, observa.
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Wealth Management: entenda como funciona
Os investidores que quiserem compor uma carteira condizente com o ciclo econômico e sob medida para seus objetivos quanto ao risco e retorno, podem contar com o serviço de assessoria Wealth.
Na amplitude do serviço de Wealth Management está a consultoria sobre todos os temas que envolvam, direta ou indiretamente, a gestão do patrimônio financeiro.
“Entregamos um serviço de alocação que faça sentido para o cliente e não um produto imediato. É possível atender tanto o cliente mais ativo no mercado financeiro, como aquele que prefere delegar”, finaliza Felipe Passaro.
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