Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Investimento no Exterior
Notícias
Intel: SoftBank injeta US$ 2 bilhões, enquanto governo Trump avalia compra de participação

Intel: SoftBank injeta US$ 2 bilhões, enquanto governo Trump avalia compra de participação

A Intel (INTC; ITLC34), que há anos vem perdendo terreno para rivais como Nvidia e TSMC, recebeu nesta semana dois sinais de confiança que podem redefinir sua posição no tabuleiro global da tecnologia. O primeiro veio do Japão: o SoftBank anunciou a compra de US$ 2 bilhões em ações da companhia, adquirindo cerca de 2% de participação.

O segundo, de Washington: o governo Donald Trump estuda converter parte dos subsídios já concedidos à empresa em participação acionária, movimento que poderia transformar os Estados Unidos em um dos maiores acionistas da fabricante de chips.

Aposta bilionária do SoftBank

O SoftBank, liderado por Masayoshi Son, adquiriu cerca de 87 milhões de ações ao preço de US$ 23 por papel, consolidando-se entre os principais investidores da Intel. A operação reforça a estratégia do conglomerado japonês de ampliar presença no ecossistema de semicondutores e inteligência artificial.

Son destacou a importância geopolítica da aposta.

“Acreditamos que a manufatura e o fornecimento de semicondutores avançados vão se expandir nos Estados Unidos, com a Intel desempenhando um papel fundamental”, disse em comunicado.

Publicidade
Publicidade

A notícia impactou imediatamente o mercado: após queda de 3,66% no pregão de segunda-feira (18), as ações da Intel sobem mais de 7% nesta terça-feira (19).

Apesar do entusiasmo, analistas ponderam que o aporte, embora simbólico, não resolve os problemas estruturais da empresa. A Intel acumula um prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões no segundo trimestre, perdeu mais de 50% de valor de mercado desde o início de 2024 e enfrenta atrasos críticos na construção da megafábrica de Ohio, prometida como a maior do mundo.

Governo Trump considera fatia de 10%

Em paralelo, a Casa Branca avalia converter parte dos recursos destinados pela Chips and Science Act em participação acionária na Intel. A companhia já recebeu até US$ 10,9 bilhões em subsídios e US$ 11 bilhões em empréstimos. Pelos valores atuais de mercado, uma fatia de 10% da fabricante equivale a aproximadamente US$ 10,5 bilhões — praticamente o mesmo montante concedido em verbas públicas.

Segundo fontes citadas pela Bloomberg, as conversas ganharam força após Trump pedir a renúncia do CEO Lip-Bu Tan, criticado por suas ligações comerciais com a China. O executivo esteve em Washington na semana passada para discutir o futuro da empresa.

Na sequência, Trump foi às redes sociais elogiar Lip-Bi Tan.  “Seu sucesso e ascensão são uma história incrível”, afirmou.

A estratégia faz parte de uma guinada mais intervencionista do governo americano no setor de tecnologia. Além da Intel, Washington já garantiu participação ou direitos especiais em companhias consideradas estratégicas, como a U.S. Steel e fabricantes de chips que atuam no mercado chinês.

Intel no centro da disputa global

O alinhamento entre SoftBank e governo americano reflete a crescente sobreposição entre tecnologia, geopolítica e poder econômico. Ao mesmo tempo em que busca recuperar competitividade frente a concorrentes asiáticos, a Intel é vista como ativo relevante para a segurança nacional dos EUA.

Se confirmada, a entrada direta do governo no capital da empresa pode inaugurar um novo modelo de relação entre Estado e indústria nos EUA, aproximando a política industrial americana de práticas comuns em países asiáticos.

Enquanto isso, o SoftBank continua a expandir seu império no setor: além da Intel, o grupo já controla a Arm, avaliada em quase US$ 150 bilhões, comprou a Ampere Computing por US$ 6,5 bilhões e liderou um aporte recorde de US$ 40 bilhões na OpenAI.