O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao mudar publicamente sua posição em relação ao CEO da Intel (INTC; ITLC34), Lip-Bu Tan. Na segunda-feira, em publicação no Truth Social, Trump elogiou o executivo, afirmando: “Seu sucesso e ascensão são uma história incrível”. A fala marca um contraste evidente com a semana anterior, quando o presidente havia solicitado a renúncia imediata do líder da fabricante de chips.
A reviravolta ocorreu após uma reunião na qual Trump esteve acompanhado do Secretário de Comércio, Howard Lutnick, e do Secretário do Tesouro, Scott Bessent. Segundo o presidente, o encontro foi “muito interessante” e renderá sugestões para o governo ao longo da próxima semana.
De acordo com informações da CNBC, a Intel confirmou oficialmente o diálogo, destacando que a conversa foi “franca e construtiva” e reafirmando seu compromisso com a liderança tecnológica e industrial dos EUA.
Pressões políticas e o caso Lip-Bu Tan
Lip-Bu Tan assumiu o comando da Intel em março de 2024, sucedendo Pat Gelsinger em um momento de dificuldades para a companhia no mercado de inteligência artificial. No entanto, sua gestão foi rapidamente envolvida em polêmica após questionamentos do senador republicano Tom Cotton, que levantou preocupações sobre antigos vínculos de Tan com empresas ligadas à China. Na semana anterior, Trump chegou a declarar que Tan “está altamente CONFLITO e deve renunciar imediatamente. Não há outra solução para este problema”.
Apesar das críticas, a Intel respondeu defendendo seu CEO, afirmando estar “profundamente comprometida em promover os interesses de segurança nacional e econômica dos EUA”. Essa defesa e o diálogo direto parecem ter sido decisivos para a mudança no tom do presidente.
Contexto geopolítico e desafios da Intel
O episódio se insere em um cenário mais amplo de disputas tecnológicas entre Estados Unidos e China. O governo Trump tem exercido forte influência sobre o setor de semicondutores, incluindo negociações recentes com a Nvidia sobre exportações para empresas chinesas. Nesse ambiente, Tan enfrenta o desafio de reestruturar a Intel, que cancelou planos de expansão na Alemanha e Polônia, além de reduzir investimentos em Ohio.
Aos 65 anos, Tan carrega uma trajetória internacional: nascido na Malásia, criado em Singapura e formado pelo MIT, ele reconheceu recentemente que “recuperar a empresa levará tempo e exigirá paciência”. A valorização das ações da Intel após a reunião — alta de 2% no pregão de segunda-feira — indica que o mercado recebeu positivamente a nova aproximação entre o presidente e o executivo.
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