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Big Techs: vale investir após DeepSeek?

Big Techs: vale investir após DeepSeek?

A segunda-feira do dia 27 de janeiro entrou para a história do mercado financeiro. As ações das Big Techs despenceram, acumulando perdas na casa de US$ 1 trilhão em valor de mercado. O motivo? O lançamento de um modelo de inteligência artificial (IA) de código aberto pela startup chinesa DeepSeek.

Desenvolvido em apenas dois meses e com um orçamento inferior a US$ 6 milhões, o novo modelo provocou incertezas sobre os altos investimentos das Big Techs em IA. 

Para efeito de comparação, o desenvolvimento do ChatGPT, da OpenAI, demandou cerca de US$ 78 milhões, enquanto o modelo Gemini, do Google, custou US$ 191 milhões. Essa discrepância levantou questionamentos entre investidores: será que as apostas bilionárias em IA ainda fazem sentido?

O portal EuQueroInvestir conversou com Felipe Paletta, analista da EQI+, para entender os impactos dessa reviravolta no mercado e avaliar se ainda vale a pena investir nas Big Techs.

Nvidia e o impacto imediato

Entre as empresas mais afetadas, a Nvidia (NVDA; $NVDC34) se destacou negativamente na crise. 

Olhando principalmente para a Nvidia, que talvez seja o maior reflexo dessa onda de inteligência artificial na bolsa norte-americana, as ações caíram com força. Já perderam quase o equivalente a meio trilhão de dólares, ou seja, US$ 500 bilhões em valor de mercado”, aponta Paletta.

Para efeito de comparação, a perda no valor de mercado da Nvidia, em apenas um dia, foi um pouco menor que o valor de mercado de todas as empresas listadas na B3 ($B3SA3). Segundo a instituição, até 30 de dezembro de 2024, todas as companhias somadas acumulavam um valor de mercado de US$ 660,134 bilhões.

Voltando para o cenário das Big Techs e IA, Paletta aponta que a forte queda foi um reflexo de uma reavaliação das expectativas.

Até então, segundo o analista, o mercado projetava para 2025 um crescimento superior a 100% na receita da Nvidia, seguido de mais de 50% em 2026. Além disso, esperava-se um avanço contínuo na margem operacional, que já saiu de 45% há alguns anos para os atuais 61%, com projeções de atingir 67% em 2025.

Com esse otimismo, os múltiplos de preço sobre lucro da empresa estavam elevados. “Neste momento, as ações são negociadas perto de 30 vezes o lucro, com essa expectativa de crescimento de faturamento e lucro que já narrei aqui”, explica o analista. 

Agora, com a chegada da DeepSeek, surgem dúvidas sobre a real necessidade de investimentos tão altos em infraestrutura de IA.

O efeito dominó sobre outras Big Techs

O impacto não se limitou à Nvidia. Empresas como Meta (META; $M1TA34), Microsoft (MSFT; MSFT34) e Google (GOOG; $GOGL34), que investem fortemente em infraestrutura de nuvem e inteligência artificial, também foram afetadas. 

Paletta cita um estudo do Goldman Sachs (GS; $GSGI34) que previa um aumento de 160% na demanda por datacenters voltados para IA até 2030. Isso justificava os grandes aportes das Big Techs no setor.

A Meta, por exemplo, anunciou um investimento de US$ 65 bilhões até 2025 em inteligência artificial. A xAI, empresa de Elon Musk, está investindo bilhões em datacenters equipados com GPUs da Nvidia. No entanto, com o avanço de modelos mais eficientes e acessíveis, o mercado começa a questionar se essa corrida por infraestrutura de IA faz sentido.

Com o nível de eficiência de uma tecnologia como a DeepSeek, surge o questionamento: será que é necessário todo esse volume de capacidade de processamento para trazer vida a essas novas tecnologias de inteligência artificial?”, pondera Paletta.

Momento de cautela ou oportunidade de compra?

Diante desse cenário, os investidores se deparam com um dilema: é hora de sair das Big Techs ou aproveitar os preços mais baixos para comprar?

Para Paletta, ainda é cedo para prever todas as consequências desse movimento. No entanto, ele alerta para uma possível correção nas expectativas de crescimento e lucratividade das gigantes de tecnologia.

Parece que as ações da Nvidia vão passar por um reajuste de múltiplos, mas também principalmente por um ajuste nas expectativas de crescimento e lucro”, avisa o analista da EQI+.

Outro ponto de atenção é a possibilidade de uma rotação dos investidores para setores mais tradicionais. Segundo Paletta, há sinais de que o capital pode migrar das ações de tecnologia para empresas da chamada “velha economia”.

Além disso, grandes nomes do mercado já vinham alertando para uma possível bolha no setor de tecnologia. “Vale lembrar que é muito recente: saiu uma carta do Howard Marks e, na semana passada, uma carta do Ray Dalio, dois grandes gestores norte-americanos que vinham apontando para uma eventual bolha de tecnologia no mercado norte-americano”, lembra Paletta.

Com isso, o especialista recomenda cautela. Ele destaca que, no curto prazo, os impactos sobre a demanda por datacenters e chips ainda não estão totalmente claros. 

Neste momento, eu evitaria empresas de Big Tech que focam principalmente em chips de processamento, grandes investimentos em inteligência artificial e teses que demandam crescimento no consumo de energia elétrica”, recomenda.

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