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PIPO Capital I divulga primeiro investimento do fundo

PIPO Capital I divulga primeiro investimento do fundo

O PIPO Capital I, fundo de fundos de Venture Capital, lançado pela EQI Asset em parceria com a PIPO Capital, anunciou ao mercado seu primeiro investimento. A alocação foi feita na Astella e o montante é de R$ 4,8 milhões. 

A divulgação foi marcada por uma live da qual participaram os co-fundadores da PIPO Capital, Francco Marchetti e Gustavo Ahrends; Edson Rigonatti, co-fundador da Astella e Mariana Izaac, head de Sales da EQI Asset. 

Na oportunidade, eles abordaram o  ecossistema de Venture Capital no Brasil, a evolução da Astella até se tornar um dos principais fundos de investimentos do país e o atual momento do mercado de tecnologia.

Acompanhe agora alguns dos principais insights desta conversa. 

Mercado de startups: queda do valuation no early stage sinaliza momento de entrada para investidores

O PIPO Capital I, fundo criado em 2022, começou sua captação em um momento turbulento de mercado, em meio a uma crise que atingiu em cheio as startups, conforme recorda Gustavo Ahrends, co-fundador da PIPO Capital. 

No entanto, de acordo com ele, o mercado vem provando resiliência e se ajustando relativamente rápido. 

“Houve uma mudança, que entendemos ser positiva para quem está querendo começar a investir. Percebemos uma correção no valuation do early stage (empresas em estágios iniciais). Sendo assim, a entrada no mercado ficou muito mais atrativa e isso se reflete diretamente na probabilidade de ganhos maiores para os investidores”, destaca o gestor.

Astella aposta no início da melhor safra para o mercado de Venture Capital

Para Edson Rigonatti, co-fundador da Astella, no momento atual, o mercado caminha para o que ele classifica como “uma volta à mediana histórica”, após um momento de contração macroeconômica, o que promete trazer a melhor safra da década para o Venture Capital. 

Para não perder o timing, ele recomenda ao investidor que não vive esse dia a dia, a compreensão de aspectos que envolvem os ciclos desta classe de ativos.

“Estamos hoje passando pelo quinto macrociclo de tecnologia, surfando os 20 anos mais produtivos pós-internet, o que significa investir em um período de pouca especulação e muito fundamento. Ou seja, a melhor fase do ciclo”, explica.

Além desses macro-ciclos, o gestor aponta os microciclos, que se renovam a cada 10 anos e que são responsáveis por impulsionar novas empresas e com elas, novas plataformas, infraestruturas e aplicações. 

“Estamos na parte mais produtiva da era do software, encerrando o ciclo do mobile e entrando no cripto. Esses são momentos muito especiais para se falar em investimentos”, completa o gestor. 

Como os fundos identificam oportunidades de investimento

Rigonatti explica que os VCs (investidores de Venture Capital) trabalham com teses específicas para cada ciclo. Dessa forma, para interpretar o mercado, a Astella utiliza cinco métricas, nomeadas como “sinais vitais”. 

O primeiro é a “taxa de graduação”, que se baseia na estatística que indica o potencial de sucesso das empresas a serem investidas.

“Historicamente a cada 1000 empresas que recebem capital anjo, apenas 100 chegam ao estágio seed de investimento; 25 na série A; 12 na série B; 6 na série C; 3 na seguinte e 1 no exit”, pondera.

Para se ter uma ideia do que esses números representam, essa é a mesma estatística que contabiliza o número de escaladores que chegam ao cume do Everest, das cantoras que tentam obter o sucesso da Anita ou das modelos que tentam seguir os passos de Gisele Bündchen. “É muita gente tentando, mas poucos conseguem”, destaca Rigonatti. 

O segundo sinal vital medido pela Astella, diz respeito ao” intervalo de tempo” entre as rodadas de investimento que uma empresa recebe ao longo de todo o seu ciclo de vida. 

“Sabemos que para financiar um empreendedor que está começando até que ele possa ‘chegar ao acampamento do Everest’, ele irá passar por 5 ou 6 rodadas de financiamento. Historicamente, o tempo entre essas rodadas é de 18 a 24 meses”, comenta o gestor.

Já o terceiro sinal vital é a “quantidade de dinheiro” recebido em cada uma dessas etapas. “Sabemos que, os investidores colocam 500 mil dólares no pré-seed, 2 milhões no seed e 5 milhões na série A”, explica. 

O quarto sinal vital é a “tração” do faturamento dessas empresas. Ou seja, a capacidade de gerar caixa no momento em que recebeu cada um dos investimentos.

Por fim, o quinto sinal vital é o “valuation”, que indica o quanto os investidores estão pagando por essas empresas.

“Entre 2019 a 2021 percebemos uma subida de todos esses sinais vitais, o que indicava uma grande distorção. Dentre as 1000 empresas que iniciaram a jornada, cerca de 300 estavam chegando à próxima fase. O tempo entre as rodadas foi reduzido para 9 meses”, comenta.

A euforia parecia indicar algo de errado e a Astella compreendeu isso. “Naquele momento decidimos ser mais cautelosos, investir menos e vender tudo o que era possível. No último ano, geramos mais de R$ 230 milhões de liquidez, porque sabíamos que estávamos em um momento descolado do mercado, no qual era hora de vender e não comprar”, observa. 

Sorte x azar: a ciência exata no Venture Capital  

De acordo com estatísticas que se arriscam a medir o percentual de sucesso de um empreendedor, estima-se que no Venture Capital, 51% é talento e 49% é sorte. 

Tais números indicam para Rigonatti que um fundo pode medir 51% do resultado de uma empresa e se posicionar para os 49% de sorte ou azar.

“Não é possível saber o que uma cantora deve fazer para virar a nova Anita. É mais fácil saber o que não se deve fazer”, analisa o gestor.

De acordo com ele, entre os fatores que geram os 49% de incerteza, estão:

  • 25% decorre da ausência de talento do gestor ou do time;
  • 25% estão atrelados à questões de gestão de recursos. “Captar muito ou pouco dinheiro é um altíssimo fator de risco na mesma medida”, aponta; 
  • 25% são fatores ligados à evolução sociológica, que impedem o gestor de montar e sustentar uma empresa; 
  • 25% estão ligados ao risco do produto. 

Segundo Rigonatti, esse último é o verdadeiro risco do Venture Capital. “Nunca sabemos o que pode dar errado quanto ao produto. É por isso que essa indústria está voltada à injeção de financiamentos em estágios. Isso permite que um produto seja analisado e que a demanda seja testada a cada etapa”, destaca.

O retorno do investimento

Edson Rigonatti ressalta que a cada investimento, a Astella aposta na chance de retornar o fundo de forma inteira.

Para isso, a estratégia é chegar o mais cedo possível e investir com convicção, liderando a rodada e conquistando entre 15 a 25% de participação.

Além do princípio de “chegar antes” na vida das empresas, segundo o gestor, outros pilares importantes são o tamanho da “dose” do investimento, o que permite ao VC se concentrar nas que dão certo. 

“Começamos com o portfólio diversificado e acabamos o investimento nos concentrando nas 10 empresas que têm mais chance de retornar o fundo. De 40 apostas, 20 devem chegar ao estágio subsequente, das 20, apenas 10 avançam e, dessas, apenas 5 irão retornar o fundo”, explica.

A “pesca” do Venture Capital nos diferentes ecossistemas

Para finalizar, o gestor da Astella faz uma analogia sobre onde e como os VCs se posicionam com o objetivo de encontrar potenciais empresas para investir. 

“Você pode pescar as chamadas ‘baleias’, que são as empresas como Google e Facebook, mas é preciso saber que existem lugares específicos no planeta para esse tipo de pesca. No Venture Capital esses locais seriam os EUA e China”, esclarece. 

Já as empresas fornecedoras de tecnologia de base, seriam como os ‘golfinhos’, na visão do gestor. “Nesse caso, o melhor local para pescá-los seria em Israel”. 

O que Rigonatti classifica como “atum e salmão” são as empresas que oferecem soluções mais comuns, como as que são encontradas no Brasil e na Europa, o que, no entanto, não descaracteriza tais regiões como promissoras para o Venture Capital. 

“É importante que as pessoas saibam que a despeito das diferenças de desenvolvimento de ecossistemas, o Brasil é um dos melhores lugares para se investir. O número de startups sendo criadas no Brasil tem aumentado, nos trazendo umas 1100 empresas novas por ano. Além disso, vemos muita gente qualificada à frente desses negócios”, analisa. 

Por aqui, o gestor comenta que os modelos de negócio de destaques são as empresas SaaS (Software as a Service) – atuantes no mercado B2B -, além das empresas de consumo e marketplaces.  

Já os setores para ficar de olho, conforme analisa Rigonatti, são os mesmos que despertam a atenção dos investidores da bolsa, isto é, financeiro e varejo. “Tivemos uma safra de fintechs e agora teremos uma safra de techfin (empresas que oferecem soluções financeiras integradas ao próprio sistema de gestão da companhia)”, acredita Rigonatti.

Se você perdeu a live pode assistir aqui: 

Sobre o PIPO Capital I e o primeiro investimento do fundo

Fundamentos claros e analíticos: a escolha da Astella   

De acordo com comunicado do PIPO Capital I, a escolha da Astella para a gestão do investimento se deu por três aspectos: 

  • seu time de gestão, que acumula mais de 10 anos de experiência no setor – sendo um dos primeiros surgidos na América Latina; 
  • a performance comparada como superior, posicionando a Astella entre os fundos que mais distribuíram retorno a seus investidores; 
  • pela abordagem de investimento, considerada como extremamente disciplinada, orientada a dados, metódica, fundamentalista e com foco em eficiência no uso de capital. 

A Astella

A Astella foi fundada por Edson Rigonatti e Laura Constantini em 2008, após serem sócios em uma boutique financeira focada em TMT (Tecnologia, Mídia e Telecomunicação). 

Atualmente, a gestora também conta com Marcelo Sato, fundador, ex-CTO e ex-CFO da Ciatech – companhia adquirida pela UOL EdTech – e Daniel Chalfon, cofundador da MPM e ex-sócio da agência de publicidade Loducca. 

Portfólio Astella 

A Astella possui 54 companhias em seu portfólio, distribuídas em quatro fundos, totalizando mais de 1 bilhão em ativos sob gestão. 

Dentre as companhias de destaque, que geraram retorno significativos para a gestora, estão: 

  • RD Station: que cresceu 400 vezes em valor, sendo considerada hoje a maior martech (plataforma de marketing) da América Latina. A empresa foi adquirida pela TOTVS por R$ 2 bilhões em 2020; 
  • Omie: que cresceu 469 vezes em valor, sendo considerada hoje o maior software ERP (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) em nuvem do Brasil. Sua última rodada de investimento foi liderada pelo SoftBank, no valor de R$ 580 milhões; 
  • Sallve: empresa de produtos de beleza nativamente digital, que multiplicou crescimento na ordem de 10.9 vezes, considerada como “emerging giant” (empresa de crescimento acelerado) pela KPMG. 

A PIPO Capital

A PIPO Capital é uma gestora de ativos focada no negócio Growth Equity, estruturada no Venture Capital. 

O fundo tem o objetivo de servir como uma ponte aos empreendedores – que se destacam no Brasil e América Latina – a um capital vindo de investidores sofisticados, capazes de fornecer melhores condições de negociação e coinvestimentos com os fundos mais renomados do mundo.

Para os gestores do PIPO, o empreendedorismo está em um ponto de inflexão no Brasil, representando uma grande oportunidade para esses investidores. 

“Com o alto número de empresas de tecnologia alcançando saídas sólidas e consideráveis ​​nos últimos meses e um conjunto de empreendimentos em amadurecimento ultrapassando o ‘Vale da Morte’ do ciclo de estágio inicial, ficou claro que estamos diante de uma grande oportunidade para apoiar o próxima etapa dos vencedores no espaço tecnológico”, destaca Gustavo Ahrends, co-fundador da PIPO Capital.

A estreita interação da PIPO Capital com empreendedores e investidores como escritórios familiares e empresas de ações, permitiu identificar uma lacuna, que ele classifica como um “enorme silo nos mercados de capitais”.  

“Embora houvesse sinergias claras entre esses dois grupos, nenhum player dedicado os conectava”, resume sobre a criação do fundo. 

Venture Capital no Brasil: a composição do portfólio da PIPO

O gestor lembra ainda que existem hoje no Brasil mais de 300 fundos de Venture Capital. Para construir seu portfólio, o PIPO mantém um relacionamento próximo com os principais deles. 

“Dividimos nossa atuação em quatro blocos de investimentos, sendo o primeiro ‘early stage’ (estágio inicial), que é subdividido entre gestores emergentes e já estabelecidos. A segunda vertical, o ‘late stage’ (empresas mais maduras) funciona subdividida da mesma forma. Outra parte dos investimentos do fundo é direcionada para empresas mais estabelecidas”, explica.

Para Francco Marchetti, co-fundador da PIPO Capital, diante da oportunidade de mercado que despontou nos últimos anos, a escolha da Astella para a gestão do primeiro investimento não poderia ter sido mais certeira. 

“A experiência vale muito neste atual momento do mercado. A Astella é um dos primeiros fundos de Venture Capital do Brasil, com mais de 10 anos de mercado. Um dos fundos de melhor ‘track record’ (histórico) da indústria brasileira, com uma filosofia fundamentalista, playbook focado em números e tração do negócio, além de métricas”, justifica Marchetti.