Diante de uma das mais graves crises da sua história, os BDRs do banco suíço Credit Suisse estão em constante queda, motivada pela possibilidade de falta de liquidez da instituição no curto e médio prazos.
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Aqui no Brasil, a Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) é a gestora de diversos fundos imobiliários, como HGLG11, HGRE11, HGRU11 e HGCR11. Dificilmente um investidor de fundos imobiliários não possui algum FII da prateleira da CSHG na sua carteira.
A notícia lá fora refletiu nas cotações dos FIIs por aqui. Até o fechamento de terça (04), o HGLG11 acumula uma queda de 2,49% e o HGCR11 cai 2,44% em dois dias. Já o HGRE11 e o HGRU11 caíram mais de 4% na semana. As quedas nas cotações são motivadas pela incerteza: afinal, o que acontecerá com os fundos imobiliários geridos pelo Credit Suisse em caso de agravamento da crise?
É importante que o investidor saiba que o patrimônio do FII não é o patrimônio da gestora ou da administradora.
Estas instituições prestam serviço ao FII e, na prática, tanto o patrimônio quanto a contabilidade são separados.
Assim, em um cenário extremo em que a operação da CSHG fique impossibilitada no Brasil, os cotistas deverão contratar uma nova gestora de recursos, sem prejuízo algum em relação aos imóveis.
Esse movimento de troca de gestão já ocorreu em diversos fundos imobiliários como, por exemplo, no HGBS11 – que já foi gerido pela CSHG e hoje está com a Hedge. Vale lembrar que esta é uma situação extrema, dado o tamanho e a importância do banco Credit Suisse, que possivelmente não ocorreria de um dia para o outro.
Mas, e a qualidade da gestão CSHG?
Se por um lado a “solução” parece simples, por outro o investidor pode estar questionando a possibilidade de perder a boa gestão que a CSHG desempenha, visto que sua equipe é bem reconhecida e valorizada no mercado brasileiro de FIIs.
No entanto, a operação da CSHG aqui no país é lucrativa, o que abre a possibilidade de, novamente, em um cenário extremo, a operação ser adquirida por outro grupo, mantendo a atual equipe de gestão e a estratégia de investimento dos fundos.
Em média, os FIIs geridos pela CSHG possuem imóveis com boa qualidade construtiva e bom histórico de ocupação. O investimento em fundos imobiliários é, essencialmente, o investimento nestes imóveis (ou recebíveis imobiliários no caso de fundos de papel).
O investidor deve focar suas ações em adquirir bons FIIs e ficar atento a ruídos que levam a girar o patrimônio, desfazendo-se de bons ativos geradores de renda em momentos inoportunos.
Por Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research
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