A EQI Research anunciou um ajuste importante nas carteiras recomendadas Vivendo de Renda, zerando a exposição ao fundo IFRI11 em todos os perfis – investidor conservador, investidor moderado e investidor sofisticado – e realocando os recursos majoritariamente em títulos do Tesouro IPCA+ 2035 com juros semestrais.
A decisão foi motivada por dois fatores principais: a suspensão do pagamento de rendimentos pelo IFRI11 e, principalmente, a identificação de risco de inadimplência dentro da carteira do fundo. Mesmo após ter aumentado recentemente o peso do IFRI11 nas carteiras, a equipe da EQI optou por se reposicionar à luz das novas informações, buscando proteger os investidores diante da piora na relação risco-retorno do ativo.
“A venda é, neste momento, a melhor forma de defesa. Preferimos ativos mais previsíveis enquanto monitoramos o cenário”, afirma o relatório.
FI-Infras sob pressão
Além do IFRI11, o fundo IFRA11 também entrou no radar devido à possível exposição a riscos semelhantes. Embora o gestor do IFRA11 tenha comunicado que não houve inadimplência até o momento, o relatório gerencial demonstrou preocupação com ativos que representam cerca de 3,5% do patrimônio líquido, sem detalhar quais emissores estão sob atenção.
A EQI Research identificou que a Mez Energia, empresa de transmissão de energia presente nas carteiras dos dois fundos, enfrenta problemas na entrega de seus projetos, podendo inclusive perder concessões por caducidade.
“A ausência de informações claras, aliada à negociação dos fundos com deságios muito pequenos, eleva o risco de manter posição nesses ativos neste momento”, avalia a equipe.
Reposicionamento nas carteiras
Nas atualizações das carteiras “Vivendo de Renda”, observam-se as seguintes mudanças:
- Carteira Conservadora: o peso dos títulos do Tesouro IPCA+ 2035 com juros semestrais subiu para 45,4%, refletindo a busca por segurança e previsibilidade. A exposição ao IFRI11 foi totalmente zerada.
- Carteira Moderada: a mesma movimentação foi feita, com realocação para Tesouro IPCA+ e manutenção dos FIIs e ações com bons fundamentos. Os títulos IPCA+ 2035 agora representam 32,6% da carteira.
- Carteira Sofisticada: mesmo perfil de mudança, reduzindo a exposição ao risco de crédito dos FI-Infras e aumentando para 21,2% o peso do Tesouro IPCA+ 2035.
Cautela com FI-Infras, mas sem descartá-los
Apesar da retirada de IFRI11, a EQI reforça que os FI-Infras ainda podem desempenhar um papel relevante em portfólios diversificados, especialmente por sua isenção fiscal e atratividade no longo prazo. No entanto, a valorização recente desses ativos e o baixo spread de crédito atual exigem maior seletividade na alocação.
“Seguimos atentos a novas oportunidades e, no momento oportuno, poderemos voltar a alocar em outros FI-Infras ou FIIs”, conclui a EQI Research.