O balanço da Petrobras (PETR4) referente ao terceiro trimestre de 2025 foi classificado como “extremamente forte” pelo analista Nícolas Merola, da EQI Research, que acompanhou a teleconferência de resultados realizada nesta sexta-feira (7). Segundo ele, a estatal apresentou números sólidos tanto em termos financeiros quanto operacionais, superando as já elevadas expectativas do mercado.
De acordo com Merola, a receita da Petrobras no trimestre alcançou cerca de US$ 23 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado ficou próximo de US$ 12 bilhões. O lucro líquido atingiu aproximadamente US$ 6 bilhões, representando um avanço expressivo em relação aos US$ 4,7 bilhões registrados no trimestre anterior.
Apesar da leve variação de 2% no preço médio do barril de petróleo entre o segundo e o terceiro trimestre, a estatal conseguiu melhorar sua performance em praticamente todos os indicadores. “Os resultados da companhia tiveram variações muito positivas durante esse período, sustentadas por um desempenho operacional forte e pela continuidade do crescimento da produção”, afirmou o analista.
Balanço da Petrobras: reação do mercado e desafios de investimento
Merola observou que, embora o resultado tenha sido amplamente bem recebido, o mercado mantém cautela em relação à qualidade dos investimentos da Petrobras. A empresa vem ampliando sua produção de forma consistente, impulsionada pelos aportes maciços dos últimos anos, mas há questionamentos sobre a eficiência e o retorno desses investimentos.
“Está sendo uma reação dúbia. Alguns investidores gostaram, outros não. A companhia está crescendo bem, mas ainda há preocupação quanto ao benefício real gerado pelos recursos investidos”, explicou o analista.
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Outro ponto positivo destacado foi a ausência de surpresas negativas — como as que ocorreram no trimestre anterior, quando um fato relevante sobre a intenção de diversificar investimentos para áreas fora do segmento de exploração e produção acabou frustrando parte do mercado.
“Dessa vez, nada disso aconteceu. A Petrobras se manteve concentrada em suas operações principais”, pontuou Merola.
Margem Equatorial
O analista destacou ainda que um dos eventos mais relevantes do trimestre foi a autorização do Ibama para a primeira perfuração na Margem Equatorial, uma região estratégica para o futuro da produção de petróleo da estatal.
Segundo Merola, a Petrobras já tem oito perfurações planejadas para a área antes mesmo do início efetivo da produção em larga escala.
“Esse é um movimento crucial, porque se os primeiros testes apontarem resultados positivos, é possível que o cronograma de produção seja adiantado. A Margem Equatorial tem potencial para se tornar um dos principais polos de crescimento da companhia”, afirmou.
A EQI Research avalia que o próximo grande marco para a Petrobras será a divulgação do plano estratégico 2026–2030, que deverá detalhar os investimentos previstos e o foco da empresa nos próximos anos. Segundo Merola, esse documento será decisivo para medir o equilíbrio entre expansão produtiva, sustentabilidade financeira e retorno aos acionistas.
“Esse planejamento será crucial para entender como a companhia pretende alocar capital e qual será a sua estratégia em um ciclo de investimentos mais intenso. O desempenho operacional está muito bom, mas o mercado quer clareza sobre o futuro e sobre o direcionamento de longo prazo”, destacou o analista.
Macroeconomia e preço do petróleo seguem determinantes
Para Merola, o desempenho da Petrobras nos próximos trimestres continuará atrelado a fatores externos, como o cenário macroeconômico global e o comportamento dos preços do petróleo.
“O preço do barril e as condições gerais do mercado ainda serão os principais vetores de desempenho no curto prazo”, disse.
Ainda assim, ele reforça que o balanço da Petrobras mostra uma empresa sólida, com margens elevadas, capacidade de investimento e avanço técnico em novos projetos estratégicos.
“O trimestre confirma que a Petrobras segue em uma trajetória operacional consistente, com fundamentos que sustentam uma visão positiva para o futuro, desde que mantenha a disciplina financeira e o foco em eficiência”, concluiu Merola.
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