O analista da EQI Research Nícolas Merola destacou a holandesa ASML (ASML; ASML34) como opção de investimento no relatório da série “Ideias de Trade” da casa de análises. No documento, Merola ressaltou o posicionamento estratégico da companhia no mercado de semicondutores e seu papel fundamental como beneficiária indireta do atual boom de investimentos em Inteligência Artificial (IA).
“O ponto importante aqui da tese de ASML está ligado com o boom da Inteligência Artificial. A companhia, que é muito mais antiga do que a própria IA, está se beneficiando desse processo de investimentos massivos no desenvolvimento dessa tecnologia”, explicou Merola.
A ASML é a principal fabricante mundial de máquinas de litografia, o maquinário essencial para a produção de chips – desde microcontroladores simples até as Unidades de Processamento Gráfico (GPUs) de alta performance usadas no processamento e nos cálculos para a IA. Segundo o analista, a empresa holandesa se beneficia por ser a “derivada da derivada” da infraestrutura tecnológica.
ASML: monopólio e defensividade
Merola enfatizou que o principal atrativo da tese é o domínio da ASML. De acordo com ele, essa empresa tem um posicionamento tão dominante nesse mercado de máquinas de litografia que é considerado um monopólio.
Esse posicionamento permite que a empresa capture a demanda crescente de todo o setor, que inclui clientes variados como Samsung, TSMC e outros grandes produtores de chips. O analista vê a tese como potencialmente positiva e, ao mesmo tempo, “relativamente defensiva” para o investidor.
Ele destacou ainda a posição geográfica da empresa, que atua na Europa, fora do eixo Estados Unidos e China. A ASML, dessa forma, passa mais “desapercebida” em meio à guerra comercial, mas está exposta à clientela da China e de Taiwan, além de se beneficiar da intenção dos próprios EUA em investir em produção local de chips.
Valuation atrativo
Em relação ao valuation, Nícolas Merola notou que a ASML, assim como a maioria das empresas de qualidade em países desenvolvidos, historicamente negocia a patamares elevados, exigindo um “prêmio de qualidade”.
O analista calculou que a empresa historicamente negocia em uma faixa de Preço/Lucro (P/L) de cerca de 38 vezes. Atualmente, a ASML está negociando a um P/L de 36 vezes, o que Merola considera um “preço justo”.
“Em meio ao que está acontecendo nesse momento, fica parecendo até barato, dado que todas as outras companhias, as big techs, tiveram uma expansão de valuation, uma expansão de múltiplos muito grande”, observou.
Ele relembrou que a própria ASML já negociou a 60 vezes lucro em um pico anterior, mas o forte desempenho financeiro fez o P/L se ajustar para mais próximo de sua média.
Merola apontou, por fim, a versatilidade do investimento, que pode ser feito tanto na Bolsa Europeia, onde a SML é listada originalmente, quanto via American Depositary Receipts (ADR) nos Estados Unidos ou Brazilian Depositary Receipts (BDR) no Brasil.
“É uma tese diferente, uma tese interessante, porque aqui a gente vai operar pela primeira vez uma ação internacional e que a gente vai poder ali desvendar novos mercados”, concluiu.
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