O ouro voltou a registrar máximas históricas no mercado internacional, impulsionado pelo aumento da demanda global por ativos de proteção e pelo interesse de investidores em diversificação.
Segundo o analista Nícolas Merola, da EQI Research, o movimento de valorização do ouro vem sendo consistente desde julho.
“Na última vez que falei sobre ouro, lá em julho, ele estava próximo dos US$ 3,3 mil por onça. Agora, o metal bate novas máximas históricas, negociado próximo de US$ 4,3 mil. Em poucos meses, acumulou uma valorização de US$ 1mil. Uma variação impressionante”, destacou Merola.
Estoque global e demanda crescente
De acordo com o analista, o estoque total estimado de ouro disponível acima da superfície terrestre é de 216 mil toneladas. Desse total:
- 45% está na forma de joias
- 22% está associado a reservas de valor — barras e moedas
- O restante está distribuído entre usos industriais e reservas oficiais de bancos centrais
As reservas de investimento somam atualmente cerca de 48 mil toneladas, sendo os ETFs responsáveis por 3,9 mil toneladas, o equivalente a 8% desse total.
ETFs de ouro ganham protagonismo
Merola destaca que os ETFs (Exchange Traded Funds) lastreados em ouro têm contribuído para democratizar o acesso ao metal, permitindo que investidores ingressem na classe de ativos sem lidar com a custódia física de barras ou moedas.
“Os ETFs vêm se tornando cada vez mais importantes na diversificação e na democratização do ouro nos portfólios dos investidores”, afirmou.
Segundo ele, antes da pandemia, os ETFs somavam cerca de 2 mil toneladas de ouro. Com a turbulência econômica global entre 2020 e 2021, esse volume praticamente dobrou, atingindo seu pico anterior em 3,9 mil toneladas, marca que está sendo retomada e ultrapassada agora em 2025.
Fluxo positivo em 2025 após três anos de saídas
Merola lembra que o mercado de ETFs de ouro vive um novo ciclo de expansão:
“Depois de três anos seguidos de saída de capital dessa classe de ativos, estamos vendo em 2025 um forte fluxo positivo. Isso não acontecia há muito tempo e tem sido um dos motores dessa alta recente, somado às compras dos bancos centrais”, explicou o analista da EQI Research.
O analista reforça que, além do cenário macroeconômico e das tensões geopolíticas, os ETFs têm sido escolhidos por investidores como uma forma prática de proteção patrimonial.
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Por que o ouro voltou ao radar?
Na avaliação de Merola, o ouro voltou a ganhar protagonismo nos portfólios globais devido a um conjunto de fatores macroeconômicos e estratégicos. Entre os principais motivos destacados pelo analista estão:
- Proteção contra inflação e crises globais
- Aversão ao risco diante de incertezas econômicas
- Compras recordes de bancos centrais, especialmente na Ásia
- Busca por diversificação de portfólio
- Alta liquidez dos ETFs, que facilita o acesso ao ativo
Merola encerra sua análise com uma provocação aos investidores: “Você já investiu em ouro? Os ETFs estão aí para facilitar esse caminho.”