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Riqueza multigeracional: o legado que vai além do dinheiro

Riqueza multigeracional: o legado que vai além do dinheiro

Construir riqueza não se resume a acumular bens, investir bem ou aumentar o patrimônio. Trata-se, sobretudo, do que se deixa para as próximas gerações — não apenas valores financeiros, mas também conhecimento, princípios e visão de futuro. É nesse contexto que o conceito de riqueza multigeracional ganha relevância, especialmente em um mundo de transformações econômicas e sociais cada vez mais aceleradas.

A riqueza multigeracional parte do princípio de que o legado verdadeiro não se encerra em uma vida. Ele se prolonga, sustentando filhos, netos e bisnetos, ao mesmo tempo que mantém viva a mentalidade que permitiu sua criação. Em outras palavras, não se trata apenas de herança, mas de educação financeira e continuidade.

Famílias que perpetuam sua prosperidade ao longo do tempo têm algo em comum: tratam o dinheiro como um meio, e não como um fim. Investem em planejamento, diversificação de ativos e, principalmente, na formação das novas gerações. O conhecimento é o primeiro ativo a ser transmitido — e, frequentemente, o mais valioso.

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Riqueza geracional: princípios da construção

Para Allan Teixeira, líder comercial e planejador financeiro na EQI Investimentos, a construção da riqueza geracional começa com um princípio essencial: a diversificação. Ele compara o ato de investir com a distribuição de ovos em diferentes cestas — uma metáfora clássica que ilustra a importância de não concentrar todo o patrimônio em um único ativo, fundo ou investimento.

Segundo Teixeira, a diversificação vai além da simples alocação de recursos. Deve ser feita com um olhar voltado para o futuro, garantindo independência financeira e sustentabilidade patrimonial ao longo das gerações.

“É importante ter ativos com diferentes níveis de liquidez — alguns mais líquidos, outros menos — para equilibrar a rentabilidade esperada e, ao mesmo tempo, assegurar a possibilidade de resgates estratégicos no futuro”, afirma.

Para ele, o segundo pilar é o planejamento financeiro. É por meio dele que se compreende, com clareza, a taxa real de retorno da carteira, identifica-se o chamado “número mágico” — valor necessário para a aposentadoria — e estabelecem-se metas sustentáveis.

“Quando o investidor retira apenas a rentabilidade real de sua carteira, o patrimônio não se deprecia. Pelo contrário, continua crescendo, mantendo sua força por muitos anos”, explica.

Educação financeira e riqueza multigeracional: o ponto de partida

Para o planejador financeiro, a base da riqueza geracional está na educação financeira. Ele destaca que, em países mais desenvolvidos, o tema é tratado com naturalidade e integra o convívio familiar. Conversas sobre dinheiro, investimentos e futuro ocorrem à mesa do café, almoço ou jantar, entre pais e filhos, avós e netos — uma prática que fortalece a consciência financeira coletiva.

No Brasil, observa Teixeira, essa realidade ainda está em construção. A cultura de dialogar sobre finanças dentro de casa é recente e, muitas vezes, marcada por tabus. Por isso, defende a necessidade de estimular, desde cedo, o diálogo sobre dinheiro e planejamento, para que as próximas gerações saibam não apenas herdar, mas também gerir e multiplicar o patrimônio familiar.

Além da educação, o planejador ressalta a importância de instrumentos financeiros que facilitem a sucessão patrimonial e garantam liquidez na transferência de bens. Entre eles, cita a previdência privada e o seguro de vida vitalício como ferramentas essenciais para estruturar um legado sólido.

Esses instrumentos, explica, cumprem uma dupla função: garantem liquidez sucessória, permitindo que os herdeiros tenham acesso rápido a recursos em momentos delicados, e promovem uma diversificação jurídica na carteira. Essa estratégia amplia a segurança patrimonial e contribui para uma transição mais organizada e eficiente entre gerações.

A importância do planejamento

Com base nas reflexões de Teixeira, a discussão sobre a construção de riqueza geracional é fundamental para evitar a concretização de um ditado popular no Brasil: “a primeira geração constrói, a segunda preserva e a terceira destrói”.

Para ele, interromper esse ciclo exige mais do que debate — requer ação, planejamento e estratégias específicas. O objetivo é solucionar um problema futuro que, idealmente, nunca deveria existir. A prevenção depende, portanto, da criação e implementação de planos sólidos.

A riqueza multigeracional é, em essência, uma filosofia de vida. Trata-se de entender que cada decisão tomada hoje — seja poupar, investir ou empreender — tem impacto direto no futuro de quem virá depois. E, mais do que isso, é sobre deixar um legado de responsabilidade, visão e autonomia, capaz de atravessar o tempo.

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