O conceito de regressão à média é um princípio estatístico que tem aplicações importantes no mundo dos investimentos. Ele descreve a tendência de eventos extremos ou resultados anômalos retornarem ao seu estado médio ou normal ao longo do tempo.
Em termos mais simples, se um desempenho de investimento é excepcionalmente bom ou ruim em um período, é provável que o desempenho subsequente seja mais próximo da média histórica.
Mas regressão à média também pode ter a ver com o futebol. Foi o que Luis Moran, head da EQI Research, demonstrou em vídeo recente publicado no Youtube da casa de análise. Confira!
A regressão à média e o Botafogo
“O Botafogo do Campeonato Brasileiro de 2023 começou com desempenho absolutamente espetacular, mas ao longo da temporada voltou a se aproximar da média do desempenho dos clubes de ponta”, explica Moran.
O time começou a temporada com uma performance alta, chegando a ganhar os cinco primeiros jogos seguidos. Ao final do primeiro turno, o Botafogo tinha um aproveitamento de mais de 80%. Ou seja, ele fazia mais do que quatro a cada cinco pontos possíveis, o que é muito.
Vale dizer, nenhum campeão conseguiu mais do que 79% de aproveitamento. Na média, os campeões fazem pouco mais do que 67% dos pontos, ou seja, dois a cada três pontos possíveis.
Com o tempo, porém, o Botafogo começou a perder e a empatar jogos. “Isso é regressão à média”, aponta Moran.
Ao final, o Botafogo terminou o campeonato em quinto lugar com aproveitamento pouco abaixo de 59%. O Palmeiras venceu o título, com aproveitamento de aproximadamente 61%.
Mas o que isso tem a ver com investimentos?
Regressão à média é um fenômeno observado em muitas áreas, incluindo economia, ciência e também esportes.
No contexto dos investimentos, refere-se à tendência de retornos de ativos financeiros voltarem à média histórica após períodos de desempenho excepcionalmente alto ou baixo. Isso significa que, embora um ativo possa apresentar um retorno muito acima ou abaixo da média em um determinado período, é provável que seus retornos futuros se aproximem da média histórica.
“Da mesma forma que aconteceu com o Botafogo, no mercado financeiro, a gente pode observar que alguns ativos apresentam um crescimento extraordinário em um curto período de tempo e depois tendem a retornar ao desempenho mais próximo da sua média história. Esse conceito pode ser uma ferramenta poderosa para investidores, ajudando a evitar decisões impulsivas baseadas em picos de desempenho. Ajuda também a fazer escolhas mais racionais e mais fundamentadas”, explica Moran.
“Entender a regressão à média é essencial para não se deixar levar pelo entusiasmo de curto prazo. Ao invés de se deixar levar pelos picos de desempenhos das ações, por exemplo, os investidores devem sempre considerar a regressão à média”, recomenda.
Clique no vídeo abaixo e confira a análise da EQI Research para as ações da Cisco (CSCO; $CSCO34), que fez sucesso tempos atrás no setor das telecomunicações, e da Nvidia (NVDA; $NVDC34), queridinha do momento, que dispara com o boom da inteligência artificial (IA).
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Exemplos de Regressão à Média nos investimentos
Suponha que uma determinada ação tenha um desempenho excepcionalmente bom em um ano, apresentando um retorno de 50%, enquanto sua média histórica de retorno anual é de 10%. De acordo com a regressão à média, é provável que o retorno dessa ação no ano seguinte seja menor, aproximando-se da média de 10%, em vez de manter os 50%.
Isso também pode acontecer com Fundos de Investimento. Um fundo que apresentou um desempenho muito acima da média em um período pode ter um retorno mais moderado no futuro. Por exemplo, um fundo que gerou um retorno de 30% em um ano, contra uma média histórica de 8%, tende a ver seus retornos futuros retornarem a algo mais próximo dos 8%.
Como usar a regressão à média nos investimentos?
A regressão à média é um conceito que alerta osinvestidores sobre a importância de serem cautelosos ao tomar decisões com base em desempenhos recentes. Um desempenho excepcional pode ser temporário e não sustentável a longo prazo. Portanto, é importante considerar a média histórica e os fundamentos subjacentes ao ativo.
Os investidores devem manter expectativas realistas em relação aos retornos futuros. Um retorno excepcional em um período não garante retornos semelhantes no futuro. A expectativa de que retornos excepcionais continuem pode levar a decisões de investimento imprudentes.
A regressão à média também apoia a importância da diversificação. Ao diversificar o portfólio, os investidores podem suavizar o impacto de desempenhos extremos e potencialmente reduzir o risco, uma vez que diferentes ativos tendem a retornar à média em momentos distintos.
A regressão à média sugere ainda que pode ser prudente vender ativos que tenham se valorizado muito acima de sua média histórica e comprar ativos que tenham caído abaixo de sua média, assumindo que os fundamentos não tenham mudado drasticamente. Isso está alinhado com a estratégia de “comprar na baixa e vender na alta”.
Mas, apesardea regressão à média ser um conceito bastante útil, ela não deve ser aplicada de forma indiscriminada. É essencial considerar os fundamentos específicos de cada ativo. Nem todos os retornos anômalos se devem a fatores temporários; alguns podem refletir mudanças fundamentais nos negócios ou no mercado.
Além disso, a regressão à média não implica que os preços ou retornos exatos voltarão ao valor médio, mas que a tendência geral se aproxima da média histórica. Em mercados voláteis ou em casos de mudanças estruturais significativas, a média histórica pode não ser um bom indicador de futuros retornos.
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