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Como investir com a Selic a 10,75%?

Como investir com a Selic a 10,75%?

Com altas expectativas do mercado, nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, realizou um novo corte da taxa básica de juros, a Selic, em 50 pontos-base, de 11,25% para 10,75%. A nova queda traz junto novas visões de mercado, então, como investir com a Selic a 10,75%?

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Como investir com a Selic a 10,75%: na Renda Fixa

Já precificado, o corte da taxa de juros sinaliza uma tendência de que os investimentos pós-fixados, atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), vão passar a render menos.

De acordo com Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, isso não quer dizer que o CDI vá ter um rendimento negativo por conta da taxa, mas sim um retorno menor.

“É interessante, principalmente para aquele investidor que não é tão conservador, diversificar a sua carteira para outras classes de ativos que não sejam atreladas ao CDI, porque o CDI de fato tende a chegar a 9,5% ou até 8,5% no final desse ciclo e vai render cada vez menos”, comenta.

Dentro da Renda Fixa os investimentos pré-fixados podem ser uma opção melhor, onde mesmo com a queda de juros há uma garantia de rendimento mais alto como em CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), com taxas de 12% a 14% ao ano, não atrelados aos juros.

Segundo Wiese, os ativos IPCA+ também podem ser interessantes, já que a inflação está precificada em um patamar bem baixo, entre 3,5% e 4% pro ano de 2024, sendo que a média histórica de inflação no Brasil é muito mais alta que isso, em torno de 6%.

“A gente está vivendo uma conjuntura positiva pro cenário inflacionário, mas isso pode se reverter em algum momento”, relembra. “Por isso é importante comprar ativos IPCA+s e que pagam um juro real bem interessante acima de 6%, 7% e 8%.”

Como investir com a Selic a 10,75%: é hora de olhar para Renda Variável?

Com tendência dos juros em queda, geralmente, ocorre o estímulo do consumo a partir de preços menores, o consumidor gasta, adquire crédito, a economia cresce e por consequência das empresas crescerem, as Ações (Renda Variável) sobem. Essa é uma grande tendência do mercado econômico, a queda de juros, ou seja, da Renda Fixa, do dólar, de ativos de proteção, gera as apostas ao risco da Renda Variável.

Para o estrategista, olhando ativos de Renda Variável, já é possível pensar nos Fundos Multimercados, que são um mix entre Renda Fixa e Renda Variável. “Os Fundos Multimercados, eles costumam ir muito bem em ciclos de queda da Selic, rendendo na média acima de 130% a 150% do CDI nesses períodos de queda de juros”, comenta.

Já partindo direto para a Renda Variável, com Fundos Imobiliários, Ações e Small Caps. Segundo Wiese, essas classes se beneficiam nesse cenário.

“Em parte porque o juro mais baixo, pela marcação a mercado dos papéis, tende a elevar o preço dos investimentos, assim como com os juros mais baixos é possível ver um reaquecimento da atividade econômica, o que tende a aumentar o lucro dos empreendimentos.”

Esse jogo de cintura que acontece durante as quedas e altas dos juros, economicamente falando, também ajuda a reduzir o custo de financiamentos, por exemplo. O estrategista da EQI Investimentos ressalta também que não podemos esquecer de pensar em uma diversificação internacional na carteira.

“Com o passar do tempo é muito provável que a nossa moeda se desvalorize frente às moedas mais fortes. Isso traz à tona a importância de ampliar ou de manter uma boa diversificação internacional comprando ativos externos, seja de Renda Fixa ou de Renda Variável”, complementa.

Pensando no cenário dos Estados Unidos, Wiese aponta que o cenário é interessante, pois o país segue com a taxa de juros elevada em torno de 5,25% e 5,5%. “A medida que a inflação ceda, o Banco Central (FED) tende a reduzir a taxa de juros e essa oportunidade de bons retornos na Renda Fixa lá fora pode passar. Então o momento agora pode ser bom para fazer isso.”

Essa queda é vantajosa para os FIIs?

No âmbito dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), o corte não foi novidade, nada além do que o esperado, de acordo com Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research. “Boa parte dessa expectativa de juros mais baixos agora neste primeiro semestre de 2024 já está sendo refletida nos preços e negociação dos Fundos Imobiliários”, comenta.

Com uma taxa Selic mais baixa, os Fundos Imobiliários de Tijolo devem ser valorizados pelo mercado. Uma taxa livre de risco mais baixo favorece justamente os ativos de risco como os Fundos Imobiliários.

Já os Fundos Imobiliários de Papel, têm o potencial de valorização pela marcação do mercado do valor unitário desses títulos de Renda Fixa, dos CRIs que compõem esses fundos. “Essa apreciação, valorização e marcação de mercado não é de uma magnitude muito elevada, mas tem sido percebida em boa parte dos Fundos Imobiliários de Papel. Então, o valor patrimonial valoriza um pouco ao longo desse ano com a queda dos juros”, explica a analista.

Outro ponto para esses ativos é a estratégia mais exposta ao CDI e estratégias mais expostas ao IPCA. “Quando a gente vê a renda dos fundos expostos ao CDI na sua maioria estão caindo, isso é normal, é uma renda que oscila de acordo com o CDI. É possível perceber isso em fundos que tem como mandato a estratégia de investir em CRIs atrelados ao CDI”, conta Carolina.

De acordo com a especialista, ao tratar do IPCA, os dados de inflação foram um pouco mais fortes em fevereiro, isso deve ser refletido nos proventos dos Fundos de Papel indexados à inflação. “A gente deve ver isso daqui uns dois meses na maioria dos Fundos Imobiliários ou mesmo uma reserva de lucros ou uma distribuição um pouco maior quando temos esse IPCA mais forte do que nos meses anteriores, mas nada além.”

A estrategista ainda complementa que essa é uma variação mensal e que são olhados sempre os 12 últimos meses, por isso é dito que o IPCA está controlado dentro da meta e que são preferenciais nesse ciclo de cortes da Selic.

Como investir com Selic a 10,75%: A evolução da taxa

Tendo chego a um patamar de 2% em janeiro de 2021, com a pandemia da Covid-19 a taxa da Selic voltou a subir de forma continua após a crise econômica da época. A taxa começou a cair apenas em agosto de 2023 e desde então segue em constância. Confira a evolução da taxa nos últimos anos:

Sobre a Taxa Selic

Definida pelo BC, a taxa Selic é considerada a taxa básica de juros brasileira. Ela é usada como referência para todo o mercado, tanto para investimentos quanto para o consumo do dia a dia.

Na Renda Fixa a taxa é um dos principais pilares para a rentabilidade desse tipo de investimento, como CDBs, Tesouro Direto e Letras de Crédito. Quando a Selic sobe, esses investimentos tem a tendência de aumentar também.

Influenciando taxas de financiamentos e empréstimos, a Selic é parâmetro também para os juros cobrados pelo uso do cartão de crédito e do cheque especial.

Além disso, a taxa é utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação do país. Se a inflação sobe, o BC tende a aumentar a Selic para reduzir o consumo e brecar a subida dos preços. Por isso é importante estar sempre atento às alterações da taxa já que elas podem influenciar no dia a dia do consumidor e do investidor.

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