A Bolsa de Valores brasileira passou a contar com um novo produto voltado para quem busca exposição ao ouro: o AURO11, fundo de índice (Exchange Traded Fund, ETF) lançado pela gestora Buena Vista Capital.
Diferente de outros ETFs de ouro já disponíveis no mercado local, este se destaca por distribuir dividendos mensalmente aos cotistas.
O lançamento ocorre em um momento de maior procura pelo metal precioso, tradicionalmente usado como proteção em períodos de incerteza. Em 2025, o ouro acumula valorização próxima de 30%, impulsionado pela alta volatilidade dos mercados, acentuada pelo tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
ETF de ouro: Modelo inspirado em ETF americano
O AURO11 é inspirado no ETF IAUI, já negociado nos Estados Unidos pela gestora Neos Investments. O fundo busca replicar o índice NEOSBRGI, que reúne ativos atrelados ao ouro físico.
Para viabilizar o pagamento de dividendos, a gestora utiliza uma estratégia conhecida como covered call. Nela, o fundo negocia opções do ativo, transformando a volatilidade do preço do ouro em rendimento para o investidor.
Segundo a Buena Vista Capital, a expectativa é oferecer um dividend yield mensal entre 1% e 1,2%, algo incomum no mercado brasileiro de ETFs. A taxa de administração do produto é de 0,98% ao ano.
Dividendos “sintéticos”
Os proventos pagos pelo AURO11 são considerados “dividendos sintéticos”, já que não vêm diretamente da valorização do ouro, mas da estratégia de opções utilizada pela gestora. Essa prática é mais difundida nos Estados Unidos do que no Brasil e pode atrair investidores que buscam renda recorrente sem abrir mão da exposição ao metal.
Com a novidade, a B3 amplia o leque de opções para investidores interessados em ouro, oferecendo não apenas a proteção tradicional da commodity, mas também a possibilidade de gerar fluxo de caixa mensal.
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