
Uma nova ordem mundial se apresenta: saiba como investir
16 Abr 2025 às 16:37 · Última atualização: 16 Abr 2025 · 5 min leitura
16 Abr 2025 às 16:37 · 5 min leitura
Última atualização: 16 Abr 2025
O ouro vem registrando uma forte valorização nos últimos meses, alcançando novos recordes históricos em diversos pregões. Essa alta tem sido impulsionada pela queda do dólar e pela intensificação da guerra comercial — fatores que têm levado os investidores a buscar proteção no metal precioso.
Esse movimento reflete o aumento da aversão ao risco, especialmente diante da escalada nas tarifas sobre importações chinesas e das incertezas quanto aos impactos dessas medidas no comércio global.
Em um cenário de crescente instabilidade econômica e tensões geopolíticas, reforçado pelas recentes medidas protecionistas, a demanda por ativos considerados seguros segue sustentada — e o ouro tem sido um dos principais beneficiados.
Diante disso, surge uma dúvida recorrente entre os investidores: para quem deseja proteger seu patrimônio, vale mais a pena investir em joias ou buscar exposição ao ouro por meio de ativos financeiros?
Para entender a valorização do ouro, é essencial primeiro analisar com mais profundidade os fatores que impulsionam esse movimento. O cenário global está repleto de incertezas, o que afeta negativamente a economia e leva os investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o ouro e o dólar.
Na prática, o que se observa é uma relação inversa entre o dólar e o ouro: quando a moeda americana perde valor, o ouro tende a se valorizar, e o contrário também é verdadeiro.
“O dólar é uma reserva contra crises bancárias, mesmo que a crise seja nos EUA. Sabe quando o incêndio é na cozinha, mas o extintor está exatamente lá? É isso, o ‘fly to quality’, ou vôo para a qualidade, é sempre, primeiro, para os Estados Unidos”, diz Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos.
O ouro, por sua vez, é apontado como a proteção clássica diante de turbulências no sistema financeiro. Em períodos de instabilidade, ele costuma ser bastante demandado. É considerado a reserva de valor por excelência, pois preserva seu poder de compra ao longo do tempo, mesmo diante das variações do mercado.
O ouro é considerado uma reserva de valor, ou seja, um instrumento utilizado para proteger o patrimônio contra as flutuações do mercado.
Em termos simples, uma reserva de valor serve para preservar o poder de compra ao longo do tempo — especialmente em momentos de turbulência econômica ou riscos sistêmicos.
Essa característica se deve ao fato de o ouro ser um recurso limitado, classificado como uma commodity. Além disso, apresenta menor volatilidade em comparação com outros tipos de investimentos e é amplamente aceito no mundo inteiro, o que facilita sua negociação em diferentes mercados.
Outro ponto relevante é sua escassez. Seguindo a lógica básica da oferta e demanda, quanto maior a procura e menor a oferta, maior tende a ser seu preço. Por isso, em momentos de incerteza, quando muitos buscam segurança, o valor do ouro tende a subir.
O metal também se destaca como uma ferramenta eficaz de diversificação de portfólio.
Dado que a rentabilidade de muitos ativos sofre durante períodos de instabilidade econômica, o ouro surge como uma alternativa para mitigar perdas. Isso é especialmente importante para quem tem boa parte dos investimentos em renda variável, que costuma ser mais afetada nesses momentos.
Para quem busca se proteger em momentos de instabilidade ou diversificar a carteira de investimentos, o ouro segue como uma alternativa estratégica.
Segundo Thiago Emanuel, analista de produtos da EQI Investimentos, a forma mais eficiente, prática e segura de se expor ao metal, na maioria dos casos, é por meio de ativos com lastro em ouro — como fundos ou ETFs. Ele destaca que esses instrumentos são ideais especialmente quando o objetivo é proteção cambial ou equilíbrio dentro da carteira.
“O ouro é um excelente contrapeso para quem tem exposição à renda variável”, afirma Emanuel.
Ele explica que, em cenários de tensão nos mercados, é comum que ativos de risco sofram quedas, enquanto ativos de proteção, como o ouro, tendem a se valorizar. E o mais interessante, segundo ele, é que mesmo quando o cenário se normaliza e os ativos de risco recuperam o valor perdido, o ouro frequentemente mantém boa parte da valorização conquistada durante a turbulência.
No médio e longo prazo, tanto o ouro quanto os ativos de risco costumam se valorizar, o que, de acordo com o analista, reforça o papel do ouro como um instrumento de equilíbrio em uma alocação inteligente de recursos.
E quanto ao ouro físico? Thiago reconhece que ele pode fazer sentido em situações extremas, como colapsos institucionais, guerras ou crises de confiança no sistema bancário. Ele cita exemplos como Venezuela e Argentina, onde parte da população recorreu ao ouro físico como uma forma de proteger seu patrimônio fora do sistema financeiro tradicional.
No entanto, ele alerta que o ouro físico envolve desafios importantes. “Há custos logísticos e de segurança que muitas vezes são subestimados. Armazenar o ouro fora de casa, por exemplo, gera despesas e é uma preocupação a mais com a segurança”, pontua Emanuel.
Além disso, a liquidez é mais baixa e há o chamado spread — a diferença entre o preço de compra e o preço de venda do metal — que reduz a eficiência da operação.
“Liquidez é a facilidade de transformar um ativo em dinheiro com agilidade e sem perdas relevantes. Já o spread representa um custo embutido, que impacta a rentabilidade”, ressalta.
Diante disso, o analista recomenda: “Salvo em casos muito específicos, prefira ativos com lastro em ouro. Eles oferecem mais eficiência, preservação e liquidez na alocação”.
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