O governo dos Estados Unidos alertou a Venezuela sobre o problema de um conflito com a Guiana. Em mensagem ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, a fala é para que o líder contenha sua campanha e não transforme uma pendência diplomática entre Venezuela e Guiana em guerra.
O porta-voz da Casa Branca John Kirby afirmou que os EUA não querem ver nenhuma violência emergir da disputa territorial entre Venezuela e Guiana.
O tema tem sido discutido como munição para política interna na Venezuela. O governo Maduro, por meio da Procuradoria Geral, ordenou a detenção de uma dezena de opositores sob a acusação de “traição à pátria”, por suposta participação em uma conspiração contra as iniciativas envolvendo a Guiana Essequiba.
Segundo especialistas, apesar da intensificação dos discursos de ambos os lados, uma operação de anexação do território de Essequibo segue como hipótese considerada pouco provável.
De acordo com o governo Maduro, o referendo realizado no domingo (3) mostrou um apoio expressivo dos eleitores à anexação do território de Essequibo, embora os números tenham sido questionados por críticos.
O governo venezuelano não fala em guerra, mas faz movimentos que apontam para a tomada de controle da região.
Venezuela e Guiana: entenda o conflito
Essequibo, também conhecido como Guiana Essequiba, é um território controlado pela Guiana a oeste do rio Essequibo, no norte da América do Sul. Os venezuelanos defendem que a área fazia parte da Capitania Geral da Venezuela, quando o território era parte do império espanhol.
As origens das divergências da fronteira remontam a 1824, quando a primeira linha divisória foi estabelecida. O assunto já chegou a mobilizar populações dos dois lados em diversas ocasiões, e ganhou mais força na Venezuela depois de 2015, com as descobertas de petróleo na Guiana.
Os campos de petróleo estão localizados no fundo do mar, na fronteira marítima da Guiana. Caso Essequibo fosse transformado em território venezuelano, os recursos estariam sob poder do país.
O Tribunal Internacional de Haia avalia a legitimidade da fronteira atual entre Venezuela e Guiana, que garante Essequibo à Guiana. O território, até então, também é internacionalmente reconhecido como parte da Guiana.