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Trump e Xi: tarifas caem para 47%; taxa sobre fentanil cai a 10%

Trump e Xi: tarifas caem para 47%; taxa sobre fentanil cai a 10%

Em um movimento que pode redefinir o cenário econômico global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, anunciaram nesta quinta-feira (30) um acordo que prevê redução de tarifas comerciais, combate ao tráfico de fentanil e garantias sobre a exportação de terras raras. O encontro ocorreu em Busan, na Coreia do Sul, e foi o primeiro entre os dois líderes desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro.

Segundo o presidente americano, as tarifas sobre produtos chineses foram reduzidas de 57% para 47%, enquanto as taxas aplicadas a produtos ligados ao fentanil — substância responsável por uma grave crise de opioides nos EUA — caíram de 20% para 10%. Em contrapartida, Pequim se comprometeu a retomar as compras de soja americana e manter o fluxo de exportação de terras raras, insumos estratégicos para a indústria de tecnologia.

“Achei que foi uma reunião incrível”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One, após deixar Busan. “Todas as questões sobre terras raras foram resolvidas, e isso é para o mundo”, completou o republicano, destacando que o acordo sobre o fornecimento desses minerais será renovável anualmente.

Durante o encontro, que durou quase duas horas, os líderes também discutiram temas geopolíticos. Trump afirmou que EUA e China trabalharão juntos para buscar soluções para a guerra da Ucrânia, embora tenha reconhecido que “alguns assuntos não foram abordados”, citando especificamente os chips de inteligência artificial Blackwell, da Nvidia.

Xi Jinping, por sua vez, destacou o caráter construtivo das conversas e pediu moderação nas relações entre as duas potências.

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“Os dois países não devem cair no ciclo vicioso da vingança”, declarou Xi, afirmando que as equipes econômicas “chegaram a soluções consensuais” e que há “boas perspectivas de cooperação em inteligência artificial”.

O clima amistoso contrastou com as semanas anteriores, quando a tensão comercial entre Washington e Pequim havia aumentado. A China ameaçara restringir severamente as exportações de minerais de terras raras, e Trump reagira prometendo tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, além de possíveis restrições às exportações de tecnologia americana.

Trump e Xi: Reação dos mercados

A notícia do encontro provocou repercussão imediata nos mercados asiáticos. O índice Shanghai Composite chegou a atingir o maior patamar desde 2015. Em Hong Kong, o Hang Seng Index avançou 0,6% após o feriado da véspera. O yuan valorizou-se frente ao dólar, alcançando seu nível mais alto em quase um ano, enquanto bolsas em Wall Street e Tóquio registraram novos recordes.

Apesar do otimismo, analistas avaliam que o acordo representa mais uma trégua temporária do que o fim da guerra comercial. O próprio Trump admitiu que “alguns temas complexos” permanecem em aberto.

Pouco antes da reunião, o presidente americano havia provocado polêmica ao afirmar, em uma rede social, que os EUA aumentariam imediatamente os testes de armas nucleares, em resposta ao crescimento do arsenal chinês. Questionado sobre a declaração, ele se recusou a comentar durante o encontro.

Um novo capítulo na disputa econômica

O acordo em Busan marca uma reaproximação cautelosa entre as duas maiores economias do mundo, após anos de atritos e tarifas bilionárias impostas de lado a lado. Embora ainda haja desconfiança mútua, a sinalização de diálogo e a redução de barreiras comerciais podem aliviar tensões e impulsionar o comércio global — ao menos por enquanto.

“Vamos ter uma reunião muito bem-sucedida, não tenho dúvida disso. Mas ele é um negociador muito duro”, disse Trump ao cumprimentar Xi no início do encontro — frase que resume o espírito pragmático que pautou o reencontro entre Washington e Pequim.

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