Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
China acusa EUA de causar pânico deliberadamente sobre controles de terras raras

China acusa EUA de causar pânico deliberadamente sobre controles de terras raras

A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo voltou a crescer após novas declarações sobre as terras raras. A China acusa os EUA de causar pânico deliberadamente em relação aos controles de exportação desses minerais estratégicos, essenciais para a produção de eletrônicos, veículos elétricos e armamentos de alta tecnologia.

Segundo Pequim, Washington vem “distorcendo e exagerando seriamente” as medidas chinesas, com o objetivo de criar “mal-entendidos e pânico desnecessários”.

O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, afirmou em coletiva que as restrições não têm caráter político, mas regulatório. “Desde que os pedidos de licença de exportação estejam em conformidade e se destinem ao uso civil, eles serão aprovados”, disse o representante, rejeitando as acusações de Washington de que a China estaria tentando controlar a cadeia global de suprimentos.

Reação a declarações de autoridades norte-americanas

As críticas dos Estados Unidos começaram após o representante de Comércio, Jamieson Greer, classificar as medidas chinesas como “uma tomada de poder da cadeia de suprimentos global”. Além disso, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, fez comentários considerados “grosseiramente distorcidos” sobre negociadores chineses, o que ampliou a insatisfação de Pequim.

Em resposta, o jornal oficial do Partido Comunista publicou uma refutação de sete pontos, contestando as alegações norte-americanas e reiterando que as medidas sobre terras raras têm como foco proteger recursos estratégicos e garantir o uso sustentável.

Publicidade
Publicidade

Para as autoridades chinesas, as declarações de Greer e Bessent refletem uma tentativa dos EUA de justificar possíveis sanções e manter pressão política sobre a China.

Impactos nas relações comerciais e temor dos mercados

O embate em torno das terras raras reacende preocupações no mercado global. Esses minerais são fundamentais para tecnologias de ponta, e a China domina cerca de 70% da produção mundial. Por isso, qualquer mudança em suas políticas de exportação gera reações imediatas em investidores e governos.

Embora uma nova rodada de tarifas tenha sido temporariamente evitada, cada troca de farpas entre Washington e Pequim ameaça comprometer a estabilidade das negociações e até a próxima reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, prevista para ocorrer na Coreia do Sul. O telefonema entre ambos em setembro havia sinalizado um momento de trégua, mas a recente escalada verbal reacendeu dúvidas sobre o rumo das relações bilaterais.

Controle estratégico e disputa por influência

Para analistas, a disputa em torno das terras raras é mais do que uma questão comercial, trata-se de influência tecnológica e geopolítica. Ao impor controles, a China tenta assegurar que seus recursos sejam usados em benefício próprio, enquanto os Estados Unidos enxergam nas restrições uma ameaça à sua autonomia industrial.

Ao acusar os EUA de causar pânico deliberadamente, Pequim reforça sua narrativa de que as medidas são legítimas e transparentes. No entanto, o impasse evidencia o quanto os minerais estratégicos se tornaram um novo campo de batalha no jogo de poder entre as duas potências.

Leia também: