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Trump fala em reduzir tarifas, se China retomar compra de soja

Trump fala em reduzir tarifas, se China retomar compra de soja

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (19) que a China precisa retomar a compra de soja “nos volumes de antes” e interromper o envio de fentanil ao território norte-americano para que haja um avanço nas negociações comerciais entre os dois países. As declarações foram dadas a bordo do Air Force One, durante conversa com jornalistas.

Segundo o republicano, Pequim deve atender a essas duas condições para que Washington considere uma redução das tarifas impostas sobre produtos chineses. “Tenho uma ótima relação com Xi Jinping”, disse Trump, acrescentando que as exigências são “muito normais”. O presidente também afirmou não querer que o país asiático “jogue o jogo das terras raras conosco”, em referência à dependência global dos Estados Unidos em relação a minerais estratégicos controlados pela China.

Em outubro, o governo norte-americano anunciou uma tarifa de 100% sobre produtos chineses, válida a partir de novembro, somando-se aos 30% já em vigor. A medida foi justificada como uma forma de pressionar Pequim em meio ao impasse comercial que se intensificou ao longo do ano.

Tarifas contra a China: Soja entra nas negociações de Trump

A disputa comercial, iniciada no primeiro semestre, tem alterado significativamente o fluxo global de comércio de grãos. A China, maior importadora mundial de soja, reduziu suas compras dos Estados Unidos e passou a buscar outros fornecedores. O Brasil despontou como o principal beneficiado, ampliando sua participação no mercado chinês e batendo recordes de exportação da oleaginosa.

De acordo com um relatório da American Farm Bureau Federation (AFBF), organização que representa cerca de 6 milhões de agricultores norte-americanos, as exportações de soja dos EUA para a China caíram 78% entre janeiro e agosto de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. O documento ressalta que, no ano passado, o país asiático foi responsável por aproximadamente metade das exportações norte-americanas, evidenciando o impacto do atual cenário.

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Apesar da queda nas compras de soja dos Estados Unidos, o relatório esclarece que a China não reduziu seu consumo total do grão, apenas diversificou seus fornecedores.

“Mesmo quando os agricultores americanos produzem safras com preços competitivos, a China tem reduzido constantemente sua dependência dos Estados Unidos, voltando-se para o Brasil, a Argentina e outros fornecedores”, afirma o texto.

Ainda segundo a AFBF, as importações chinesas de soja seguem em alta, atingindo níveis recordes em 2025 — mas com a maior parte dessa demanda agora atendida por concorrentes.

Com a declaração de Trump, analistas avaliam que o governo norte-americano tenta retomar o diálogo com Pequim, ao mesmo tempo em que busca responder à pressão do setor agrícola doméstico, afetado diretamente pela guerra comercial.