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Trump recomenda tarifa de 50% para União Europeia

Trump recomenda tarifa de 50% para União Europeia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (23) que está recomendando uma tarifa de 50% sobre produtos importados da União Europeia, após considerar que as negociações comerciais entre as partes não evoluíram. A declaração foi feita em uma publicação no Truth Social, na qual Trump criticou duramente o bloco econômico e reiterou sua política protecionista.

Segundo Trump, as tarifas entrarão em vigor no dia 1º de junho de 2025. O anúncio foi feito poucos minutos após ele ameaçar também a Apple com uma tarifa de, no mínimo, 25%, caso a empresa não retome a fabricação de iPhones nos Estados Unidos.

Críticas à União Europeia e impacto imediato nos mercados

Na postagem, Trump reforçou críticas já conhecidas contra a UE, classificando o bloco como “muito difícil de lidar”. Segundo ele, as barreiras comerciais, impostos, penalidades e outras práticas levaram os EUA a um déficit comercial superior a US$ 250 bilhões anuais com a União Europeia. “Nossas discussões com eles não estão levando a lugar nenhum!”, escreveu Trump, reforçando a justificativa para a nova tarifa: “Portanto, recomendo uma tarifa fixa de 50% na União Europeia, a partir de 1º de junho de 2025. Não há tarifa se o produto for construído ou fabricado nos Estados Unidos”.

A repercussão foi imediata. Os futuros de ações dos Estados Unidos caíram rapidamente após o anúncio, enquanto as bolsas europeias recuaram cerca de 2%. O movimento sinalizou a preocupação dos investidores com o potencial agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo ocidental.

Negociações travadas e reação da União Europeia

O anúncio também colocou pressão sobre as negociações entre o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, e o Comissário Europeu de Comércio, Maros Sefcovic. Segundo informações do Financial Times, Greer deve expressar a insatisfação dos EUA com as recentes ações de Bruxelas em uma reunião bilateral.

Até o momento, a Comissão Europeia não se manifestou oficialmente sobre a ameaça tarifária, tendo recusado pedido de comentário da CNBC. Em 2022, a União Europeia foi o segundo maior destino das exportações americanas, com compras que ultrapassaram US$ 350 bilhões, conforme dados do Escritório do Representante Comercial dos EUA.

Especialistas alertam para riscos econômicos

Economistas e analistas se mostraram preocupados com a proposta de Trump. Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve de Chicago, afirmou à CNBC que “chegar a 10% seria a maior tarifa que já tivemos no mundo em 90 anos. Chegar a 50% é uma ordem de magnitude completamente diferente”.

Goolsbee também alertou para o risco de que tarifas tão elevadas provoquem efeitos estagflacionários — isto é, um cenário de aumento de preços combinado com desaceleração econômica. “Se eles estão impondo tarifas que têm um impacto estagflacionário, ou seja, eles desaceleram a produção aumentando o custo de produção e também os preços, então essa é a pior situação para o Banco Central”, afirmou.

Histórico de tensão e próximas etapas

Trump já havia anunciado, no início de abril, uma tarifa geral de 20% sobre produtos da União Europeia, como parte de sua política comercial chamada de “recíproca”. Agora, ele eleva a aposta com a proposta de uma tarifa de 50%, sinalizando um endurecimento das relações comerciais transatlânticas.

O episódio reabre um debate complexo sobre protecionismo, livre comércio e o papel das tarifas como instrumento de pressão econômica e política. As próximas semanas devem ser decisivas para o desenrolar desse impasse, especialmente com a aproximação da data estipulada para a entrada em vigor da nova tarifa.

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