Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vão se reunir na próxima quinta-feira (30), durante a Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul, segundo anúncio da Casa Branca.
O encontro marca o primeiro contato presencial entre os líderes desde o retorno de Trump ao poder, em janeiro, e ocorre em meio a crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou a data durante coletiva nesta quinta-feira. Embora Trump e Xi já tenham mantido conversas por telefone ao longo do ano, a última reunião presencial ocorreu em 2019, no primeiro mandato do republicano.
A agenda do presidente americano incluirá ainda visitas à Malásia e ao Japão, em uma viagem pela Ásia que começa na sexta-feira. Apesar de Trump frequentemente ressaltar sua “boa relação” com Xi, o diálogo será testado após semanas de atritos, incluindo restrições chinesas à exportação de minerais raros, que chegaram a levar Trump a cogitar o cancelamento do encontro.
Trump e Xi: tensão e expectativa antes do encontro
A reunião acontece em um momento crítico: a trégua comercial entre Washington e Pequim está programada para expirar em 10 de novembro. O acordo, prorrogado diversas vezes, suspendeu aumentos tarifários e ajudou a reduzir tensões, mas novas medidas de ambos os lados reacenderam o conflito.
Os EUA impuseram restrições tecnológicas, analisaram taxas sobre navios chineses e estudam limitar a exportação de softwares estratégicos, enquanto a China reforçou controles sobre minerais essenciais usados em tecnologia, energia e transporte.
Trump chegou a ameaçar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, caso Pequim não alterasse suas restrições, embora reconheça que medidas tão extremas “não são sustentáveis”. As recentes ações chinesas geraram repercussão global, com outros países buscando alternativas para suas cadeias de suprimento.
Especialistas apontam que a reunião não deve resultar em uma retomada completa das relações comerciais anteriores a janeiro, mas pode gerar avanços modestos, como alívio parcial de tarifas, extensão das taxas existentes ou compromissos limitados de compras de soja e aeronaves Boeing. Pequim poderia flexibilizar o controle sobre minerais estratégicos, enquanto Washington poderia permitir maior exportação de chips de alta tecnologia.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, indicou que a conversa será “informal”, embora Trump tenha afirmado que a reunião será “bastante longa” e permitirá tratar de “muitas questões”. Até o momento, a China não confirmou oficialmente o encontro.
Além do foco na China, Trump busca avanços comerciais com Canadá, Malásia e Índia, enquanto tenta reparar relações com a Coreia do Sul, afetadas por divergências sobre investimentos bilionários de empresas norte-americanas e políticas de deportação de trabalhadores estrangeiros.
O desfecho da reunião poderá influenciar não apenas a guerra comercial, mas também a estabilidade dos mercados globais, em meio a conflitos geopolíticos e econômicos de grande escala, incluindo a guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio.





