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Shutdown chega ao 23º dia e é o segundo maior da história

Shutdown chega ao 23º dia e é o segundo maior da história

O impasse político em Washington chega nesta quinta-feira (23) ao seu 23º dia, tornando-se o segundo mais longo shutdown da história dos Estados Unidos. O Senado deve votar hoje um projeto de lei apresentado pelos republicanos que garantiria o pagamento apenas aos trabalhadores federais considerados essenciais — como militares, agentes da Patrulha de Fronteira e da Administração de Segurança de Transporte (TSA) — durante a paralisação.

A proposta, no entanto, deve enfrentar forte resistência dos democratas, que defendem o pagamento integral a todos os funcionários federais, inclusive os que estão em licença sem vencimentos. A votação ocorre em meio à crescente pressão pública, já que milhões de servidores federais devem perder seu primeiro salário integral desde o início do impasse.

Shutdown chega ao 23º dia: impasse político

A paralisação começou há mais de três semanas, após o Congresso não chegar a um acordo sobre o orçamento do governo. Republicanos e democratas seguem em lados opostos: os primeiros tentam manter parte dos serviços essenciais funcionando, enquanto os segundos exigem que todos os trabalhadores recebam de forma igualitária.

O projeto republicano, que precisa de 60 votos para avançar no Senado, prevê o pagamento dos funcionários essenciais diretamente dos cofres do Departamento do Tesouro. Já os democratas pretendem apresentar uma contramedida que estenderia os pagamentos a todos os servidores — uma proposta que, embora simbólica, também deve fracassar diante da falta de apoio bipartidário.

Críticas cruzadas

Entre os críticos da proposta republicana está o senador Tim Kaine, que representa milhares de funcionários federais na Virgínia. Ele acusou o governo de usar critérios políticos para definir quem é “essencial”.

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“Não gosto do projeto porque dá ao presidente a capacidade de decidir quem é essencial e quem não é. Ele tem usado esse poder de forma política e punitiva”, afirmou Kaine.

O senador Bernie Sanders também se manifestou contra a proposta:

“Queremos pagar todos os funcionários federais”, disse à CNN.

Andy Kim, ex-conselheiro do Departamento de Estado, reforçou a crítica, lembrando sua experiência no serviço público:

“Você não pode escolher apenas alguns. Todos eles merecem seus contracheques.”

Republicanos, por outro lado, argumentam que a posição democrata é contraditória. O senador Markwayne Mullin questionou por que o partido adversário não aceita reabrir o governo se realmente deseja pagar todos os funcionários.

“Se eles estão abertos para pagar todos os federais, por que não reabrem o governo?”, provocou.

“Tirar a pressão”

Alguns republicanos alertam que qualquer tentativa de aliviar o impacto financeiro do shutdown pode reduzir o incentivo para que o Congresso chegue a um acordo.

“Você começa a pagar a todos, e então não pressiona ninguém de nenhum dos lados”, declarou o senador Tommy Tuberville.

Tuberville defendeu que apenas militares e forças de segurança continuem recebendo, enquanto “todos os outros, sejam desligados”.

Já o senador Ron Johnson, coautor do projeto junto com Todd Young, afirmou esperar que os eleitores responsabilizem os democratas caso rejeitem a medida.

“Eles deveriam apenas abrir o governo”, disse Johnson.

Consequências crescentes

Com o shutdown se estendendo, cresce a preocupação entre famílias de servidores públicos e prestadores de serviços federais, muitos dos quais já enfrentam dificuldades financeiras. A falta de acordo até agora evidencia a polarização no Congresso e coloca em risco não apenas o pagamento de funcionários, mas também o funcionamento de serviços básicos em todo o país.

Se o impasse persistir, o shutdown pode ultrapassar em poucos dias o recorde histórico de 35 dias registrado entre 2018 e 2019.

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