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Migração de gás industrial do Brasil acelera e atinge novo patamar histórico

Migração de gás industrial do Brasil acelera e atinge novo patamar histórico

Abertura do mercado livre transforma o consumo industrial de gás natural, concentra volumes em grandes empresas e redesenha a concorrência no país

A migração de gás industrial do Brasil alcançou um marco histórico ao chegar a 13,3 milhões de metros cúbicos por dia, impulsionada pela aceleração da liberalização do mercado de gás natural. O movimento representa a transferência de volumes que antes eram contratados junto às distribuidoras locais para o mercado livre, alterando de forma profunda a dinâmica do setor energético nacional.

Segundo relatório recente da Wood Mackenzie, esse avanço consolida uma mudança estrutural no consumo industrial. Até setembro de 2025, 68 empresas já haviam migrado para o mercado livre, refletindo maior busca por competitividade, flexibilidade contratual e redução de custos em um ambiente regulatório mais aberto.

A migração de gás industrial do Brasil não ocorre de forma homogênea. Ela é puxada, principalmente, por grandes consumidores, que concentram volumes expressivos e têm maior capacidade de negociação, acelerando o amadurecimento do mercado.

Grandes indústrias puxam a transformação do mercado

A migração de gás industrial do Brasil tem como protagonistas os grandes consumidores. Empresas de maior porte respondem por mais de 8,7 milhões de metros cúbicos por dia, evidenciando uma forte concentração de demanda entre poucos agentes industriais.

“O Brasil demonstra como a liberalização do mercado pode catalisar mudanças estruturais rápidas”, disse Lucas Rego, analista de gás da Wood Mackenzie. “A migração ganhou força significativa no quarto trimestre de 2024 e no primeiro trimestre de 2025, quando os maiores consumidores industriais iniciaram sua transição.”

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De acordo com o analista, após um crescimento acelerado nesse período inicial, os volumes passaram a crescer de forma mais estável, em torno de 0,6 milhão de metros cúbicos por mês, indicando uma nova fase de consolidação da migração de gás industrial do Brasil.

Cerâmica e siderurgia lideram a migração

Entre os setores industriais, a migração de gás industrial do Brasil é liderada pela indústria cerâmica, que representa 40% das empresas migrantes e demanda cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos por dia. A siderurgia aparece logo em seguida, com volume equivalente.

Juntos, esses dois segmentos concentram metade de todo o volume migrado das distribuidoras locais para o mercado livre. Essa liderança se explica pelo alto consumo energético desses setores e pela relevância do gás natural em seus processos produtivos.

Além deles, a migração se estende a áreas como construção, mineração, refino, fertilizantes, papel e celulose, produtos químicos e fabricação de vidro, mostrando que o movimento é amplo e transversal na indústria brasileira.

Concorrência, fornecedores e desafios regionais

A migração de gás industrial do Brasil também redesenhou o cenário competitivo. Petrobras, Galp e Edge dominam o mercado, somando 67% de participação. A Petrobras lidera com foco em grandes clientes, enquanto a Galp atua mais fortemente junto a pequenas e médias empresas, e a Edge mantém um portfólio equilibrado.

Regionalmente, o Sudeste concentra 89% dos volumes do mercado livre, consolidando-se como o principal polo de disputa entre fornecedores. O Sul surge como próxima fronteira de expansão, enquanto o Nordeste enfrenta barreiras maiores, devido a preços historicamente mais competitivos.

“Com a maioria dos contratos atualmente com duração de até três anos e a migração de clientes em curso, a concorrência entre fornecedores está prestes a se intensificar significativamente”, acrescentou Rego. A expectativa é de estratégias cada vez mais sofisticadas à medida que o mercado livre de gás no Brasil amadurece.

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