O diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett, afirmou nesta segunda-feira que o shutdown do governo norte-americano “provavelmente terminará ainda esta semana”. A paralisação, que já dura 21 dias, é a terceira mais longa da história do país e vem afetando desde o pagamento de servidores até o funcionamento de aeroportos e serviços públicos essenciais.
Em entrevista à CNBC, Hassett disse que a Casa Branca mantém esperanças de um acordo no Congresso, mas advertiu que, caso o bloqueio continue, “o governo precisará olhar muito de perto para medidas mais fortes que possamos tomar para trazê-los à mesa”, em referência aos senadores democratas, que se opõem à proposta orçamentária do governo.
O Senado tenta nesta segunda-feira, pela 11ª vez, votar um projeto que permita a aprovação de um orçamento provisório e a retomada das atividades federais. O plano em discussão prevê a reabertura do governo até 21 de novembro, enquanto republicanos e democratas negociam um texto final para o orçamento anual.
Shutdown nos EUA: Impacto econômico e social crescente
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertou que o shutdown já causa prejuízos diários estimados em US$ 15 bilhões à economia americana. Como reflexo direto, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), principal indicador de inflação do país, foi adiada para sexta-feira (24), após o Departamento de Estatísticas do Trabalho precisar convocar servidores afastados para concluir o cálculo.
Nos últimos dias, o impasse também começou a atingir o Poder Judiciário. A juíza federal Susan Illston, de San Francisco, determinou a suspensão temporária de demissões em agências federais, alegando que os cortes poderiam ser irreversíveis e comprometer serviços públicos essenciais.
Ação de Graças sob ameaça
Com o feriado de Ação de Graças se aproximando — celebrado neste ano em 27 de novembro —, cresce a preocupação com o impacto do shutdown sobre o turismo e o transporte. Em 2024, cerca de 80 milhões de americanos viajaram pelo país para celebrar a data, sendo 6 milhões por via aérea.
No último fim de semana, os efeitos da paralisação já foram sentidos: 12 mil voos sofreram atrasos e mais de 400 decolagens foram canceladas, segundo dados de companhias aéreas. O percentual de atrasos chegou a 53%, muito acima da média normal de 5%.
Agências de viagens e operadoras de transporte rodoviário também alertam para possíveis reduções de pessoal em rodovias e aeroportos caso o impasse se estenda.





