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Rotativo do cartão: por que os juros são tão altos

Rotativo do cartão: por que os juros são tão altos

O rotativo do cartão de crédito é a linha mais cara no Brasil, com juros de 445,7% ao ano. Em junho, a taxa era de 437%. Diante disso, o governo e o Banco Central buscam um meio de reduzir a inadimplência nas operações com a modalidade.

Uma das alternativas para substituir o rotativo, segundo o presidente do BC, seria a criação de uma taxa de 9% ao mês sobre o valor devido pelo cliente.

Segundo dados de julho, a inadimplência chega a 49,5% das operações, com R$ 76 bilhões em dívidas.

O que é o rotativo do cartão de crédito?

O crédito rotativo é oferecido quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito. O montante que não foi pago passa para a fatura do mês seguinte, acrescido de juros. 

Por exemplo, ao efetuar somente o pagamento do valor mínimo da fatura, geralmente de 20% a 30% do valor, isso acontece.

Para evitar o superendividamento do cliente, o Banco Central aplicou a resolução 4.549 em 2017, que determina que o cliente não pode ficar mais de 30 dias no crédito rotativo. Quando isso ocorre, o banco é obrigado a oferecer outras alternativas com condições melhores. 

Por que as taxas do rotativo são tão altas?

A inadimplência da linha, por volta de 50%, é um dos principais motivos para as taxas altas. Quase metade de quem entra no rotativo acaba não conseguindo pagar a conta. Além disso, a cobrança é realizada com base em juros compostos, que aumentam o valor da dívida.

Com a inadimplência mais alta, o banco tem de cobrar um juro mais alto daqueles que pagam para compensar a operação. 

Outro fator que encarece as taxas é que o pagamento da fatura do cartão não tem garantia. Em geral, linhas com garantias – quando o banco tem uma espécie de “seguro” de que, se o cliente não pagar, ele pode tomar o bem – têm inadimplência mais baixa e, portanto, taxa de juros menor.

Outra variável nessa conta é o custo de funding, que é quanto o banco gasta para captar dinheiro no mercado.

Assim como em outros mercados, existe livre competição entre as instituições financeiras e cada uma pode cobrar a taxa que quiser. Isso depende do perfil do cliente, tempo de relacionamento, apetite do banco ao risco, entre muitos outros fatores.

Rotativo do cartão: saiba qual será o juro máximo

O relator do Projeto de Lei relativo ao aprimoramento das políticas de rotativo do cartão de crédito, Deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), quer que as instituições bancárias apresentem em até 90 dias uma proposta para a redução das taxas de juros associadas ao rotativo de cartões de crédito.

Caso essa medida não seja cumprida, ele diz, as taxas de juros serão estabelecidas em um limite máximo de 100% sobre o valor principal da dívida.

Da mesma forma, caso a proposta dos bancos não obtenha aprovação, as taxas de juros também serão restritas a no máximo o dobro do valor principal da dívida, sem definir um percentual fixo, mas sim uma quantia específica.

A maneira de alcançar esse resultado será regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O relator expressou a expectativa de que o setor bancário se autorregule e apresente uma proposta condizente.