O índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA aumentou 0,3% em janeiro, de acordo com estimativas divulgadas nesta sexta-feira (28) pelo Bureau os Economic Analysis dos EUA, em linha com as projeções do mercado.
Na comparação anual, o índice registrou alta de 2,5%, abaixo da projeção do consenso, que era de 2,6%.

Já o núcleo do índice PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, registrou um aumento de 0,3%, superando a expectativa de 0,2%. Na comparação anual, a alta foi de 2,6%, abaixo da projeção de 2,9%.
Esse núcleo é a principal medida de inflação utilizada pelo Federal Reserve (Fed) em suas decisões de política monetária, pois elimina as flutuações nos preços de alimentos e energia, que tendem a ser mais voláteis.
PCE dos EUA: declínio nos gastos dos consumidores
Da mesma forma, a inflação PCE geral recuou para 2,6%, comparado a uma taxa revisada de 2,9%. A renda pessoal subiu 0,9% em relação ao mês anterior, alcançando US$ 25,345 trilhões em janeiro de 2025, após um aumento de 0,4% em dezembro, superando as expectativas e registrando o maior crescimento em um ano.
As despesas com consumo pessoal, por outro lado, caíram 0,2% em janeiro de 2025, após um ajuste para cima de 0,8% em dezembro, ficando abaixo da previsão de um aumento de 0,1%.
Este foi o primeiro declínio nos gastos dos consumidores desde março de 2023, impulsionado principalmente pela redução nas compras de bens.
Impacto nas decisões do Fed
Na primeira reunião do ano, realizada no dia 29 de janeiro sob a presidência de Donald Trump, o Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano.
O presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, indicou que adotará uma postura “paciente” enquanto avalia os efeitos das políticas do novo presidente na economia dos EUA. Apenas depois de analisar esses impactos, o Fed tomará suas próximas decisões.
Antes da divulgação do dado, a maioria dos investidores esperava um corte de juros em junho, devido a sinais de uma fraqueza econômica maior do que o previsto nos últimos indicadores. Anteriormente, as apostas indicavam que o ciclo de cortes poderia começar entre setembro e outubro. Caso a inflação continue resistente, as expectativas podem se voltar para uma pausa prolongada nos cortes.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a inflação nos Estados Unidos, medida pelo índice PCI, veio dentro do esperado, com uma variação de 0,3% tanto para o núcleo quanto para o headline.
Isso indica uma desaceleração na variação anual de ambas as medidas, com os valores se aproximando de 2%, o que está mais perto da meta do FED, embora ainda um pouco abaixo dessa meta. Kautz ressalta que essa desaceleração é um avanço em relação ao índice de 3% observado ao longo do ano passado, sugerindo que a inflação está gradualmente convergindo para o patamar de 2,5%.
No entanto, o economista destaca que isso não significa “missão cumprida”, pois o FED ainda acredita ser necessário reduzir ainda mais a inflação. Ele também pontua que, no futuro próximo, será importante observar como a inflação se comportará diante dos efeitos das tarifas, que devem começar a valer principalmente a partir de março e abril.
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