Sabe aquele pix que você perdeu e nunca mais teve recuperação? Bom, saiba que você não foi o único, apenas 8% dos pix roubado são devolvidos, segundo dados do Banco Central (BC) obtidos pelo Finsiders Brasil. O Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para facilitar a recuperação de valores transferidos por meio do pix em casos de fraude ainda possui uma eficácia limitada.
A taxa baixa de recuperação indica que o sistema atual precisa de melhorias, para isso, o BC já está criando o novo “MED 2.0”.
Em junho, dos R$ 2,1 trilhões movimentados via pix no Brasil, R$ 452 milhões foram registrados no MED como transferências fraudulentas. O pix, embora tenha revolucionado a inclusão bancária e o mercado de pagamentos, também se tornou uma ferramenta para estelionatários devido à rapidez das transações.
Camadas de proteção
A solicitação via MED não garante o retorno automático do pix roubado para a vítima. A transação é analisada pelos bancos envolvidos e, somente se identificada como fraudulenta, inicia-se o processo de devolução. No entanto, isso depende de os recursos ainda estarem na conta que os recebeu, o que é raro, já que os criminosos frequentemente transferem os valores rapidamente para outras contas.
No atual formato, o MED atua apenas na “primeira camada” da transação. Se o dinheiro for transferido para uma terceira conta após o golpe, ele não poderá ser recuperado. Em resposta a essa limitação, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está em conversas com o BC para desenvolver melhorias no rastreamento das transações, com previsão de implementação do “MED 2.0” até o final do próximo ano.
O BC declarou que está aprimorando o MED para rastrear os recursos além da conta originalmente usada para a fraude, visando alcançar até a quinta camada das transações e aumentar a eficácia na devolução dos valores. Além disso, há estudos em andamento sobre a possibilidade de bloquear todas as contas do titular que recebeu a transferência inicialmente, independentemente do banco.
Tempo de resposta pelo pix roubado
Outra questão importante é a redução do tempo de resposta dos bancos para bloquear os recursos. Desde o início deste ano, o BC estabeleceu um Acordo de Nível de Serviço que exige que os bancos iniciem a solicitação de bloqueio — interrompendo a saída de recursos da conta suspeita — em até 30 minutos após a reclamação do cliente.
Em um relatório chamado “Scamscope”, Cleber Martins, diretor de Pagamentos Inteligentes & Soluções de Risco na ACI Worldwide, destacou que pagamentos em tempo real, como o pix, oferecem uma oportunidade atraente para golpistas, que utilizam engenharia social para enganar consumidores e rapidamente transferir o dinheiro para destinos não rastreáveis, como criptomoedas. O relatório prevê um aumento de 21% nas perdas causadas por golpes com métodos de transferência em tempo real até 2027.
No Brasil, a maioria das vítimas perdeu dinheiro ao tentar pagar por produtos ou serviços inexistentes. Veja os dados:
- 27% das vítimas transferiram dinheiro como pagamento antecipado por produtos ou serviços;
- 20% tentavam comprar um produto;
- 17% tentavam investir em um produto ou empresa;
- 10% tentavam pagar uma fatura ou saldo pendente de produto ou serviço;
- 7% enviaram dinheiro para alguém fingindo estar em um relacionamento amoroso;
- 7% transferiram dinheiro para alguém que alegava ser outra pessoa ou uma organização confiável;
- 13% não se enquadram nas categorias acima.
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