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Banco Central autônomo é desejo do mercado, diz Lula

Banco Central autônomo é desejo do mercado, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista nesta segunda-feira (1°), que o Banco Central autônomo é um desejo do mercado financeiro. Além disso, Lula criticou a taxa Selic, que estaria “exagerada”.

Ainda que tenha criticado o Banco Central autônomo, Lula afastou a possibilidade de mudar a lei. Disse que terá paciência para indicar seu nome para o BC até o fim deste ano.

“Não é uma discussão de muita gente [a autonomia do BC]”, disse. “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado, que faz parte do Copom, que determina a meta de inflação, que determina a política de juros. Eu tive um BC independente. O [Henrique] Meirelles ficou 8 anos no meu governo como presidente do BC e teve total independência”, afirmou.

Para Lula, Henrique Meirelles pôde tomar qualquer decisão sem a interferência do petista. O que acontece hoje, segundo o presidente da República, é que a política monetária não “combina” com o desejo dos brasileiros.

“O que você não pode ter é um presidente do BC que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter juros altos nesse momento. A taxa Selic em 10,5% está exagerada, a inflação está controlada, nós acabamos de aprovar a manutenção da meta de 3% [de inflação], declarou, relembrando a decisão do Conselho Monetário Nacional da última semana.

Banco Central autônomo é alvo de críticas de Lula

Lula afirma “não ser correto” estar há 2 anos com um presidente do Banco Central indicado pelo Jair Bolsonaro (PL). No entanto, disse que terá paciência para indicar um nome de sua escolha, que deverá olhar o país “do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala”.

“O que não dá é para o cidadão ter um mandato e ser mais importante que o presidente da República”, criticou.

Lula já teceu diversas críticas anteriormente a autonomia do BC. O presidente chegou a classificar a diretriz como uma “bobagem”, dizendo que a lei não traria benefícios uma vez que “já promovia a independência do BC” em seus dois primeiros mandatos, mesmo sem uma obrigação legal.

A autonomia da autarquia implica em liberdade para tomar decisões acerca da política monetária sem pressões ou interferências do governo.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as críticas do presidente da República em relação à condução da política monetária dificultam o trabalho de controle da inflação pela autarquia.

Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do Banco Central, gera um prêmio de risco na frente”, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Essa incerteza maior acaba fazendo com que o nosso trabalho fique mais difícil.