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Serviços: setor avança 0,4% em novembro e Taylor Swift contribui

Serviços: setor avança 0,4% em novembro e Taylor Swift contribui

Em novembro, o volume de serviços prestados no Brasil teve uma variação positiva de 0,4% na comparação com o mês anterior, colocando fim a uma sequência de três meses de resultados negativos. A divulgação foi feita nesta terça-feira (16), pela Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE. O resultado veio em linha com o esperado.

Dentre as cinco atividades investigadas, três apresentaram avanço em novembro:

  • outros serviços (3,6%),
  • profissionais, administrativos e complementares (1%)
  • e serviços prestados às famílias (2,2%)
gráfico com volume de serviços
Fonte: IBGE

O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destaca que, apesar das últimas três taxas negativas, o resultado de novembro coloca o setor consideravelmente acima (10,8%) do patamar pré-pandemia. No entanto, o setor de serviços ainda opera 2,6% abaixo do ponto mais alto atingido em dezembro de 2022.

A atividade de “outros serviços” (3,6%) teve o maior impacto positivo, crescendo pelo terceiro mês consecutivo e acumulando uma alta de 4,9%. Esse setor foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelo aumento da receita das empresas de uso de dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

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Os “serviços profissionais, administrativos e complementares” (1,0%), que contribuíram significativamente para a variação de 0,4%, já haviam registrado um aumento de 1,1% em outubro, após uma queda de 1,0% no mês anterior. Destacam-se as atividades jurídicas e as empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade nesse segmento.

Taylor Swift citada na Pesquisa Mensal de Serviços

Os “serviços prestados às famílias” (2,2%), ao avançarem em novembro, conseguiram recuperar a perda registrada em outubro (-1,8%). Nesse mês, a maior influência veio do aumento em alojamento e alimentação, além do crescimento em outros serviços prestados às famílias, impulsionado, principalmente, pelos shows da cantora Taylor Swift no país.

Transportes e informação e comunicação caem

Em contrapartida, as duas atividades de maior peso no setor de serviços ficaram no campo negativo. O volume dos “transportes” recuou 1%, sendo a quarta taxa negativa consecutiva e acumulando uma retração de 5,3% nesse período. Em novembro, o transporte de passageiros caiu 2,9%, sendo a terceira taxa negativa consecutiva, enquanto o transporte de cargas avançou 0,6%, após três meses seguidos de queda.

Os “serviços de informação e comunicação”, representando cerca de 23% do total do setor, variaram -0,1%, após terem avançado 0,2% no mês anterior. Em novembro, o segmento de telecomunicações caiu 3,2%, impedindo um crescimento mais acentuado do setor de serviços como um todo, enquanto os serviços de tecnologia da informação (TI) cresceram 1,3%.

Apenas 12 unidades da Federação acompanharam o resultado positivo do volume de serviços em novembro. Os maiores impactos positivos vieram de São Paulo (1,1%), Paraná (2,4%), Mato Grosso (3,1%) e Mato Grosso do Sul (4,8%). Do lado negativo, destacaram-se Rio Grande do Sul (-2,0%), Distrito Federal (-2,6%), Maranhão (-7,6%) e Amazonas (-4,8%).

Em comparação com novembro de 2022, o setor de serviços recuou 0,3%, com apenas duas das cinco atividades investigadas registrando resultados negativos: “transportes” (-3,7%) e “informação e comunicação” (-0,4%). As outras três atividades tiveram expansão na comparação anual: “serviços profissionais, administrativos e complementares” (4,4%), “serviços prestados às famílias” (5,4%) e “outros serviços” (3,3%).

Até novembro de 2023, o setor de serviços acumula um aumento de 2,7%. Entretanto, no acumulado em 12 meses, observou-se uma perda de dinamismo, passando de um avanço de 3,6% em outubro para uma expansão de 3,0% em novembro.

As atividades turísticas no país apresentaram uma queda pelo segundo mês consecutivo, com uma perda acumulada de 3,4%. Em novembro, a redução foi de 2,4%, colocando o turismo 2,2% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 5,0% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014). Dez dos 12 locais pesquisados acompanharam o comportamento negativo das atividades turísticas nacionais (-2,4%), com São Paulo (-1,0%), Bahia (-7,0%), Minas Gerais (-2,6%), Paraná (-5,3%) e Ceará (-9,4%) exercendo as maiores influências negativas. Santa Catarina (0,7%) e Espírito Santo (0,9%) foram os únicos locais com avanços.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado veio em linha com o consenso e é relevante para as projeções do PIB do quarto trimestre de 2023, que deve ficar próximo de zero.

“O primeiro trimestre foi muito forte, devido ao fiscal e ao setor agro, mas a partir do segundo, sem esses efeitos, o PIB já foi mais fraco”, salienta.

A agenda de shows, citada na pesquisa, pode ter efeito sobre o resultado de novembro, segundo Kautz, mas se isso se confirmar, significa que o crescimento é centralizado no mês e aponta um PIB ainda mais fraco em 2023, porque o resultado de serviços de dezembro poderá ser pior, com nova contração, indicando um setor cada vez mais fraco, avalia.

Ouça o áudio na íntegra:

O que é a Pesquisa Mensal de Serviços

A Pesquisa Mensal de Serviços fornece indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços em empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluindo as áreas de saúde e educação. Há resultados disponíveis para o Brasil e todas as Unidades da Federação.