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Lula candidato: o desafio para 2026 já começou

Lula candidato: o desafio para 2026 já começou

Em Moscou, é fácil encontrar canecas com a imagem de Vladimir Putin de óculos escuros, cavalgando, pescando em mar aberto, pilotando aviões de caça… Tudo reforçando sua imagem de “macho alfa”, um líder forte à frente do embate entre a Rússia e o Ocidente. 

foto de Putin
Vladimir Putin passeia por rio Khemchik, na República de Tuva, na região da Sibéria; o presidente russo está na região onde no começo da semana pescou com o príncipe Albert II, de Mônaco. Foto: Divulgação

Essa construção de imagem não é por acaso. Há um ditado que diz: “O segredo da manipulação é a repetição.” A figura de um líder viril e destemido ajuda a consolidar autoridade e cria uma vantagem psicológica sobre oponentes mais “tradicionais” – aqueles que vestem terno e se limitam aos debates políticos. 

E, gostemos ou não, essa estratégia está sendo aplicada aqui no Brasil. O PT já trabalha para fazer de Lula um candidato viável para 2026, mesmo com os desafios que sua idade impõe. 

Não gosto de discutir política. Pelo contrário, odeio. Mas é impossível ignorar o impacto que Brasília tem sobre a economia e os mercados. 

E Lula não é mais um garoto. Esse é o grande desafio do governo para 2026. 

gráfico sobre idade e expectativa de vida presidentes do Brasil

Lula candidato: o fator idade e a percepção de longevidade 

Desde a redemocratização, nenhum presidente foi eleito com uma idade tão avançada em relação à expectativa de vida da época. Isso influencia diretamente a percepção da sociedade sobre longevidade, energia e capacidade de liderança. 

Lula precisará parecer mais jovem. E essa estratégia já está em curso. Se você ainda não notou, observe as mudanças: Janja, chapéu panamá, roupas esportivas, caminhadas no parque… 

O marketing do PT já entendeu que, se quiser torná-lo competitivo, precisa rejuvenescer sua imagem. 

fotos de Lula
Fotos: Reprodução/Instagram

Mesmo assim, o mercado já percebeu o tamanho do desafio. Como apontou a casa de análise global Gavekal: 

“Parece provável que Lula — com uma saúde fraca, idade avançada e números fracos nas pesquisas — não vá concorrer.” 

E, se olharmos o gráfico que compartilhei antes, fica claro que os presidentes mais velhos que chegaram ao poder em termos relativos o fizeram em contextos de ditadura. Ou seja, não precisaram vender a imagem de um líder jovem, forte e capaz de comandar o país sob desafios eleitorais reais. 

Agora, o cenário é outro. 

Lula candidato: economia e um governo encurralado 

O desafio de Lula IV não se limita à idade. A aprovação do governo está em queda livre e o cenário econômico não ajuda. 

Nos últimos anos, o Brasil cresceu impulsionado por uma recuperação pós-crise, com desemprego baixo e programas assistencialistas. Mas agora, o custo desse crescimento começa a pesar. 

Com os juros caminhando para 15% ao ano em 2025 e os juros futuros indicando taxas acima de 14% por muitos anos, o mercado já tem uma leitura clara: essa conta não fecha. 

Imagine alguém ganhando R$ 3 mil por mês, mas devendo R$ 1 milhão ao banco, pagando juros de 10 mil reais por mês. Esse é o Brasil hoje. 

A cada dia que passa, Lula III fica mais encurralado. A famosa inflação parlamentar – a diferença entre as propostas do governo e o que realmente passa no Congresso – só aumenta. 

No primeiro governo Lula, mais de 80% das Medidas Provisórias enviadas eram aprovadas. Hoje, essa realidade não existe mais. O Congresso tem travado o governo e, com a popularidade em baixa, a tendência é que essa resistência só cresça. 

E tem mais: 

  • O mundo está virando à direita; 
  • As pautas sociais que ajudaram Lula perderam força; e 
  • A China caminha para um cenário de lateralização econômica, ao estilo do Japão nas últimas décadas. 

Tudo isso dificulta ainda mais o jogo para o PT. 

Como investidores, precisamos discutir isso agora 

Muito antes de Javier Milei ser visto como uma “salvação” na Argentina, o mercado já precificava o fim de ciclo dos incumbentes. 

E é nisso que tenho apostado: comprar ativos de risco agora sem abrir mão de uma posição defensiva, com renda fixa pós-fixada e câmbio. 

Se você esperar para ter uma visão mais clara do cenário, já será tarde. Os descontos que estamos vendo agora em ações, FIIs e juros longos não vão durar para sempre. 

Assim como Donald Trump, aos quase 80 anos, precisou se colar na juventude de Elon Musk, Vivek Ramaswamy e JD Vance e a turma do vale do silício, Lula também precisará encontrar esse tipo de referência. 

Mas, sinceramente? Não vejo ninguém por aqui que possa desempenhar esse papel. E isso me anima. 

Como diria Nassim Taleb

“Tenha sempre muito do óbvio e um pouco do menos óbvio.” 

Com isso na cabeça, fico ansioso pelos próximos dois anos. 

Com o cenário político e econômico se desenhando para os próximos anos, estar bem posicionado faz toda a diferença. Abra sua conta na EQI Investimentos e fale com um especialista para entender como ajustar sua carteira diante dos desdobramentos que vêm por aí.

Por Felipe Paletta, analista CNPI

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