O novo presidente da Argentina foi eleito no ano passado prometendo mudanças profundas na economia do país. A ideia era romper com o passado peronista e populista, em meio a um contexto de inflação extremamente elevada. Passados seis meses, o que mudou na Argentina sob o governo de Javier Milei?
Antes, é preciso fazer um recaptulação da campanha presidencial de 2023 para entender o antes e depois do ultraliberal. Em sua plataforma de campanha, o então candidato prometia atitudes consideradas drásticas para tirar seu país do buraco. Entre as propostas, estava a dolarização da economia, além da extinção do Banco Central argentino.
Milei defendia uma economia muito mais liberal e com menos peso estatal, o que significaria o possível fim de alguns auxílios sociais dados pelo governo – ampliados durante a gestão do então ministro da Economia e também candidato à presidente na época, Sergio Massa, do campo governista.
Na retórica, Milei prometeu afastar-se de blocos econômicos como o Mercosul e rejeitar uma possível entrada no grupo dos Brics – promessas que na prática ainda não ocorreram. Na época das eleições, ele usava o símbolo de um leão e a frase: “No atual momento, é preciso despertar leões”.
Medidas do governo Milei
Pouco após a posse, algumas medidas enérgicas foram tomadas. Tarifas que antes eram subsidiadas pelo governo deixaram de ser, como os preços de energia, transporte público e da água. Como consequência, os preços subiram de forma intensa.
Além disso, o então novo presidente suspendeu uma série de obras pelo país e parou de repassar recursos financeiros para as províncias – como são chamados os estados argentinos.
Outra mudança foi uma drástica desvalorização do peso frente ao dólar, o que também contribuiu para o aumento dos preços. Ainda assim, a dolarização prometida durante a campanha, até o momento não chegou.

Na última semana de maio, uma das cotações do dólar na Argentina, o chamado dólar azul – usado no comércio – bateu recordes, chegando a atingir mais de 1,2 mil pesos argentinos. Na semana encerrada em 24 de maio, a divisa norte-americana registrou uma elevação de aproximadamente 8% em relação à semana anterior.
Por outro lado, a inflação registrou quatro desacelerações consecutivas desde que Milei tomou posse. Em dezembro, havia registrado o pico de 25,5% – reflexo das medidas enérgicas contra a crise econômica. Mas em abril havia recuado para 8,8%, sendo 2,2 pontos percentuais menor que em março.
Além disso, o país conseguiu, no governo Milei, o primeiro superávit fiscal desde 2008, além da queda gradual da inflação do país.
Popularidade em alta

Apesar das dificuldades, o povo argentino ainda acredita de forma maciça no presidente, apesar de não ser maioria absoluta. Pesquisas feitas em Buenos Aires mostram que a avaliação positiva ao governo está entre 47% e 51%. Enquanto isso, o número dos que desaprovam a atual administração, está em patamar semelhante.
No entanto, os analistas políticos do país veem que o eleitorado está dando um voto de confiança ao novo chefe do executivo argentino. O que sugere um certo otimismo por parte das pessoas de que o futuro pode trazer um panorama melhor.
Além disso, o presidente argentino tem se aproximado de personalidades conhecidas do mundo tecnológico, como Elon Musk, dono da Tesla e do X (antigo Twitter) – rede social na qual Milei é presença constante – e Mark Zuckerberg, fundador do Facebook. E ainda estampou a capa da revista Time.

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