A possível retomada do horário de verão no Brasil está em debate novamente, impulsionada pela crise energética causada pela seca extrema que afeta o país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir em breve sobre a volta da medida, baseada em um estudo conduzido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), previsto para ser finalizado nos próximos dias.
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de economizar energia ao adiantar os relógios em uma hora, aproveitando melhor a luz solar.
A prática, no entanto, foi suspensa em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro, após estudos indicarem que ela não gerava mais a economia esperada.
Naquele período, o aumento no uso de eletrodomésticos como ar-condicionado e ventiladores, devido ao calor, resultava em maior consumo de energia, anulando os benefícios da mudança no horário.
A proposta atual de retomada do horário de verão surgiu em meio a uma das piores secas já registradas no Brasil, o que tem forçado o governo a acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes, para compensar a redução na geração de energia hidrelétrica.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende que a medida pode também favorecer o comércio, turismo e a economia em geral, aquecendo setores como bares e restaurantes.
Na segunda, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, o ministro disse que o retorno do horário de verão no Brasil é “muito provável” e será implementado de forma “extremamente planejada”, em cerca de 30 dias.
De acordo com Silveira, esse é um momento muito bom para a economia brasileira com a inflação baixa, menor taxa de desemprego formal da história e o Brasil cresce muito rápido. “Nós vamos avaliar o contexto e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final”, afirmou Silveira à rádio.
Apesar da expectativa, o impacto do horário de verão no consumo de energia ainda gera controvérsias. Estudos anteriores indicaram que a política não reduzia o consumo de forma significativa.
Mesmo assim, caso seja aprovada, a medida poderá ser adotada a partir de outubro de 2024 e seguir até fevereiro de 2025, com o objetivo de aliviar o sistema elétrico em tempos de crise hídrica.
Embora o horário de verão não tenha relação direta com o sistema de bandeiras tarifárias, que é influenciado principalmente pelas condições dos reservatórios, ele pode ajudar a postergar o uso de energia em horários de pico, evitando a sobrecarga no sistema de distribuição.
Essa mudança altera algo na bandeira vermelha na conta de luz?
Na verdade, o horário de verão não tem relação direta com o sistema tarifário de contas de luz, como a bandeira vermelha aplicada agora em setembro deste ano.
As bandeiras são definidas diretamente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a partir das condições de geração de energia no país.
Com isso, ainda que volte o horário de verão, as aplicações da bandeira vermelha seguem a depender das condições de hidrelétricas e a necessidade de uso de termelétricas.
Como funciona o horário de verão?
Nesse período, os relógios são adiantados em uma hora. Por exemplo, se o horário padrão marca 12:00, no primeiro dia do horário de verão passa a ser 13:00. Isso faz com que o nascer e o pôr do sol ocorram mais tarde, segundo o horário oficial. Essa mudança no fuso-horário costuma durar cerca de cinco meses no Brasil.
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