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PMI Industrial dos EUA sobe em outubro

PMI Industrial dos EUA sobe em outubro

O PMI Industrial dos EUA em outubro manteve sua trajetória de crescimento, alcançando 52,5 pontos, acima dos 52,0 registrados em setembro, segundo o relatório da S&P Global. O índice, que mede o desempenho do setor manufatureiro, sinaliza a terceira alta consecutiva acima da marca de 50, indicando expansão da atividade industrial.

O avanço foi impulsionado pelo aumento da produção e pela maior entrada de novos pedidos — o ritmo mais acelerado em 20 meses. A demanda doméstica liderou o crescimento, compensando a queda nas exportações, prejudicadas pelas tarifas comerciais que continuam a afetar o comércio internacional. Mesmo com o cenário positivo, a incerteza em relação às políticas de comércio exterior limita o otimismo para os próximos meses.

Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence, destacou que “os fabricantes dos Estados Unidos registraram um início sólido do quarto trimestre, com a produção crescendo em um ritmo mais acelerado em resposta a um aumento encorajador nos novos pedidos. No entanto, se olharmos mais de perto, o quadro não é tão positivo.”

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Tarifas e custos pressionam o setor

As tarifas voltaram a ser um dos principais fatores de preocupação. Elas não apenas reduziram as exportações para mercados importantes como Canadá, China, Europa e México, mas também sustentaram um forte aumento nos custos de insumos. A inflação industrial permaneceu em níveis historicamente elevados, ainda que mais baixos do que em meses anteriores.

“O mais preocupante é o aumento sem precedentes dos estoques não vendidos relatado em outubro, amplamente associado a vendas mais fracas do que o esperado para os clientes — especialmente nos mercados de exportação —, o que pode levar a uma desaceleração da produção nos próximos meses, a menos que a demanda se recupere”, observou Williamson. O alerta reforça que o acúmulo recorde de estoques pode se transformar em um desafio nos próximos meses, caso as vendas internacionais não se recuperem.

Mesmo com os custos em alta, os fabricantes elevaram os preços de venda para compensar a pressão sobre as margens. Esse movimento mostra que o setor busca manter a estabilidade, ainda que enfrentando incertezas ligadas à política comercial e à disponibilidade de insumos.

Confiança empresarial ainda contida

Apesar da melhora operacional, o otimismo entre os fabricantes segue moderado. Muitos ainda demonstram cautela diante das indefinições nas políticas comerciais e dos possíveis efeitos de fatores políticos internos, como o impasse orçamentário federal.

“As empresas também se tornaram menos otimistas em relação ao próximo ano, com o sentimento voltando a níveis próximos aos observados em abril, quando foram anunciadas novas tarifas. As incertezas sobre a política comercial dos Estados Unidos voltam a pesar no ânimo dos negócios, com as tarifas sendo cada vez mais responsabilizadas tanto pelas perdas nas exportações quanto pelas interrupções nas cadeias de suprimentos de importação”, acrescentou Williamson.

O mercado de trabalho industrial cresceu apenas de forma modesta, refletindo a capacidade ociosa ainda presente em várias plantas e a queda dos pedidos internacionais. Mesmo assim, a recomposição dos estoques e a expectativa de investimentos internos podem sustentar o ritmo de produção nos próximos trimestres.

Perspectivas para o fim do ano

Com a indústria mantendo um desempenho sólido e o PMI Industrial dos EUA em outubro acima de 50, a expectativa é de continuidade do crescimento, embora em ritmo moderado.

A dependência do mercado doméstico tende a se intensificar, enquanto as exportações permanecem sob pressão.

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