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Haddad critica tarifas de Trump e vê decisão como política: “Não há racionalidade econômica”

Haddad critica tarifas de Trump e vê decisão como política: “Não há racionalidade econômica”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), classificou como “eminentemente política” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 50% as tarifas sobre importações de produtos brasileiros.

A medida, anunciada na quarta-feira (9), entra em vigor no dia 1º de agosto e foi justificada por Trump como resposta à “relação comercial muito injusta” com o Brasil e, parcialmente, como retaliação ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Haddad critica tarifas de Trump: “Decisão não parte de nenhuma racionalidade econômica”

Durante entrevista ao programa Barão Entrevista, Haddad criticou duramente a decisão do governo americano e afirmou que não vê lógica econômica na medida.

“Eu acredito que essa decisão é uma decisão eminentemente política, porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica. Não há racionalidade econômica no que foi feito ontem [quarta], uma vez que os Estados Unidos, como todos sabem, ele é super arbitrário com relação à América do Sul como um todo, e ao Brasil também”, afirmou o ministro.

Haddad destacou ainda que o Brasil tem acumulado déficits comerciais significativos com os EUA ao longo dos anos.

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“O Brasil como um todo, nos últimos 15 anos, nós tivemos um déficit de bens e serviços de mais de 400 bilhões de dólares dos EUA, então não há racionalidade econômica na medida que foi tomada”, completou.

Acusações à família Bolsonaro e críticas a Tarcísio

O ministro também sugeriu que a decisão de Trump teria sido incentivada por setores políticos internos, citando diretamente a atuação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O próprio Eduardo Bolsonaro disse a público que se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar. Isso ele disse publicamente, fazendo todos nós acreditarmos, porque não há outra explicação, de que esse golpe contra o Brasil, contra a soberania nacional, foi medido de forças dentro do país. Até a extrema direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um tiro no pé”, declarou.

Ao ser questionado sobre a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível candidato à presidência em 2026, Haddad também foi direto:

“Sobre o governador, o governador errou muito. Porque ou bem uma pessoa é candidata à presidente, ou é candidata a vassalo. E não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou. O que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico”, afirmou.

Lula promete resposta com base na Lei da Reciprocidade

O presidente Lula também se manifestou contra a medida americana e declarou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém”. Segundo ele, a resposta será pautada pela Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso durante o primeiro mandato de Trump, quando os EUA iniciaram uma série de medidas protecionistas.

A legislação prevê que o Brasil adote medidas equivalentes caso algum país imponha barreiras comerciais injustificadas às exportações brasileiras. O governo ainda avalia os próximos passos, mas já sinaliza que poderá reagir com tarifas similares sobre produtos norte-americanos.