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Tarifa sobre o Brasil: EQI Research avalia possíveis cenários

Tarifa sobre o Brasil: EQI Research avalia possíveis cenários

O mercado nacional foi surpreendido por uma tarifa de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos do Brasil. Esperava-se uma alíquota, mas o percentual veio acima do esperado. Diante disso, o que os investidores devem esperar daqui em diante? A EQI Research divulgou um relatório avaliando os possíveis cenários.

Mas, apesar do susto, a casa de análise avalia que carta está recheada de argumentos políticos para tal tomada de decisão, e, portanto, não se deve esperar que ela evoluirá ou se suportará em uma discussão técnica daqui para frente.

“Assim como em muitas ocasiões, esses anúncios de Trump se tornam não só um teste político como também um prelúdio para uma sequência de negociações que dependerá e será extremamente influenciada por como o Brasil responderá a tal evento. O quadro pode melhorar drasticamente, mas também se agravar a depender disso”, ressalta a Research.

Tarifa sobre o Brasil: possíveis cenários

Antes de entender quais cenários, o relatório diz que é preciso saber quais os produtos que estão em jogo. Segundo os dados do Monitor do Comércio Brasil-EUA, os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, representando quase 12%, logo após da China, que representa aproximadamente 28%. Dentre essas exportações, alguns produtos se destacam: o petróleo bruto e similares (20%), aeronaves e suas partes (7%), ferro e aço bruto ou semiacabados (14%), máquinas e motores (9%), café, mate e outros (5%).

“Além desses impactos diretos, a economia como um todo pode sofrer pressões inflacionárias e menor crescimento, resultantes da disputa com o segundo maior parceiro comercial do país”, diz outro trecho do relatório.

Análise por ativos: renda variável

Em renda variável, o mercado já vinha especulando uma tarifa mais elevada desde o início da semana – que começou com a tarifa de 25% para o Japão e Coréia do Sul – e foi surpreendido com o anúncio de 50% contra a pauta de exportação brasileira. E os impactos sobre as ações podem são relevantes.

“O anúncio foi feito com o Ibovespa próximo das máximas, negociando a múltiplos superiores ao primeiro anúncio (8,5x lucro para 2026 vs. 7,5x em abril). Apesar dos descontos ainda bastante relevantes, caso sejamos os “perdedores” da rodada, a tendência é que o mau humor se estabeleça a curto-prazo”, diz outro trecho do relatório.

No relatório, a casa de análise informou que, nos últimos meses foi tomado o cuidado de equilibrar o portfólio em teses menos expostas a exportadoras de commodities, tanto na carteira de ações com foco no longo prazo, como na carteira com foco em dividendos.

“Aquela leitura de que saíamos como vencedores relativos na primeira rodada já não existe mais, o que tornará o cenário mais volátil. Em momentos como esse é preciso reforçar a importância de não se desesperar e sair vendendo tudo. Tomaremos toda e qualquer decisão com cautela, absorvendo os riscos e oportunidades a nível micro e macro”, diz outro trecho.

Caso o investidor esteja com posição muito pesada nos setores mencionados, a recomendação é conversar com o seu assessor ou acessar as nossas carteiras de ações, promovendo apenas os ajustes mais necessários. Mas evite tomar decisões no calor do momento.

Fundos Imobiliários

Os Fundos Imobiliários, especialmente os de tijolo, são diretamente impactados por mudanças na percepção de risco doméstico, inflação e taxa de juros de longo prazo. Com o anúncio das tarifas de 50% por parte dos EUA, o mercado reagiu com uma abertura nos vértices longos da curva de juros, refletindo expectativas de inflação mais persistente e menor crescimento econômico.

“Por outro lado, os FIIs de papel devem seguir resilientes, sustentados pelo bom carrego oferecido por ativos indexados a CDI e IPCA+. Nesse contexto, mantemos a estratégia de balanceamento da carteira realizada ao longo de 2026: seguimos aumentando gradualmente a exposição a FIIs de tijolo, priorizando ativos com boa localização e contratos de longo prazo, mas de forma seletiva e oportunista, aproveitando os preços mais deprimidos”, diz o relatório.

Além disso, não são recomendadas pela casa de análise, mudanças apressadas na alocação neste momento. “Ainda é cedo para dimensionar os desdobramentos finais das tarifas. Seguiremos atentos às sinalizações políticas e comerciais nas próximas semanas antes de qualquer mudança tática mais ampla”, diz parte do relatório.

Renda fixa

Por fim, o impacto das novas tarifas sobre os ativos de renda fixa ainda é incerto, uma vez que sua efetivação está prevista apenas para 1º de agosto. Até lá, ainda há margem para negociação, e é possível que ocorram alterações nas medidas ao longo das próximas semanas.

“Ainda assim, em um primeiro momento, caso as tarifas sejam mantidas conforme anunciado, esperamos maior pressão inflacionária, acompanhada de um impacto negativo sobre o crescimento da economia doméstica”, informa o relatório.

Diante desse cenário, a casa de análise acredita que as medidas devem contribuir para a manutenção da taxa Selic em 15% por mais tempo do que se estimava anteriormente e espera uma pressão de curto prazo sobre as taxas dos títulos prefixados e indexados ao IPCA.