
BBAS3: ainda vale investir no Banco do Brasil após resultado ruim?
16 Abr 2025 às 15:06 · Última atualização: 16 Abr 2025 · 4 min leitura
16 Abr 2025 às 15:06 · 4 min leitura
Última atualização: 16 Abr 2025
A intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China está remodelando o mapa do comércio agrícola global, incluindo o setor de grãos e proteínas. Com tarifas bilaterais elevadas — 145% sobre produtos chineses importados pelos EUA e 125% sobre produtos americanos adquiridos pela China —, o fluxo comercial de commodities agrícolas entre as duas maiores economias do mundo tende a praticamente desaparecer. Neste cenário, o Brasil surge como principal beneficiário. E as ações de algumas empresas podem se beneficiar dessa guerra tarifária.
Segundo relatório do BTG Pactual (BPAC11), grãos e proteína animal produzidos no Brasil se destacam como provávies grandes vencedores desse novo ciclo geopolítico. Dada a posição do país como um dos dois maiores exportadores globais ao lado dos EUA, a busca chinesa por novos fornecedores o coloca como o substituto mais natural e capacitado para suprir a demanda asiática.
De acordo com o banco de investimentos, o comércio agrícola funciona como um jogo de soma zero no curto prazo: a oferta é relativamente inelástica, e os produtos precisam encontrar novos destinos. Com isso, os EUA, como exportadores, tendem a ver seus preços internos pressionados para baixo. Já importadores como a China, ao buscar fontes alternativas, podem enfrentar aumento nos preços de aquisição.
Produtos como a soja, cuja corrente de comércio entre EUA e China representava 15% do total global, devem sentir os maiores impactos. O milho, embora tenha perdido relevância nos últimos anos, e proteínas como frango e carne bovina também são afetados — o frango representa 2,2% do comércio global entre os dois países, segundo o relatório.
A substituição das exportações americanas pelas brasileiras pode gerar ganhos imediatos, especialmente para o setor de proteína animal. A China, que tradicionalmente paga prêmios por cortes menos nobres — como pés e coxas de frango ou dianteiro bovino —, deve impulsionar a receita de empresas como BRF (BRFS3), Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3). No caso da BRF, os efeitos positivos devem ser diretos, enquanto a JBS pode enfrentar perdas com exportações americanas, compensadas por custos menores de grãos.
Entre os produtores agrícolas, a SLC (SLCE3) se destaca como a principal beneficiária estrutural, com potencial de aumentar volume e relevância no mercado global caso o Brasil consolide sua posição como fornecedor preferencial da China.
No médio prazo, a queda na rentabilidade dos produtores americanos pode reduzir os incentivos ao plantio, diminuindo a oferta global e elevando os preços. Isso favoreceria empresas agrícolas brasileiras, mas poderia pressionar as margens dos produtores de proteína animal devido ao aumento dos custos de insumos.
No longo prazo, a substituição estrutural dos EUA pelo Brasil nas cadeias globais de fornecimento pode aumentar os volumes exportados de forma permanente, beneficiando companhias brasileiras tanto por escala quanto por posicionamento estratégico.
Embora o cenário ainda seja incerto e sujeito a mudanças rápidas nas políticas tarifárias, a atual configuração da guerra comercial entre EUA e China abre uma janela clara de oportunidade para o agronegócio brasileiro. No curto prazo, empresas de proteína devem surfar uma onda positiva, mas, se o impasse se prolongar, os grandes vencedores serão os produtores de grãos. Entre eles, a SLC é apontada como a principal aposta para ganhos estruturais de longo prazo.
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