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Galípolo: “BC não pode se emocionar com dados pontuais”

Galípolo: “BC não pode se emocionar com dados pontuais”

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (27) que a instituição não pode “se emocionar com dados pontuais” ao definir os rumos da política monetária. A declaração foi feita durante evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em meio às discussões sobre o futuro da taxa Selic.

Segundo Galípolo, a convergência da inflação para a meta ainda ocorre de forma lenta, o que justifica a manutenção da política monetária em patamar restritivo.

“Quando olhamos a inflação que não bateu a meta, olhamos o retrovisor. Nós precisamos olhar para a inflação nos próximos 18 meses”, explicou.

Apesar de recentes revisões para baixo nas projeções de inflação, as estimativas seguem acima do objetivo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atualmente em 3% ao ano. O Boletim Focus mais recente indica inflação de 4,86% em 2025, 4,33% em 2026 e 3,97% em 2027.

Galípolo destacou que a interrupção do ciclo de cortes e a elevação das taxas tiveram como objetivo consolidar um nível de juros considerado suficientemente restritivo.

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“Enxergamos o patamar atual com alguma segurança, levando em conta nossos pares e o histórico brasileiro”, disse.

Galípolo: Brasil tem crescimento apesar da Selic elevada

O presidente do BC também chamou atenção para o desempenho positivo da economia, mesmo com juros mais altos. Ele ressaltou que o Produto Interno Bruto (PIB) vem surpreendendo nos últimos quatro anos, impulsionado por políticas fiscais mais expansionistas.

“Apesar da Selic, a renda está se mostrando resiliente. O desemprego está no nível mais baixo da série histórica, mostrando resiliência. Provavelmente é isso que puxa a demanda”, avaliou.

Impacto das tarifas de Trump

Galípolo ainda comentou os possíveis efeitos das tarifas impostas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre o Brasil. Para ele, ainda é cedo para medir os impactos diretos, mas a instabilidade já preocupa.

“O que temos, até agora, é a incerteza. Mas a incerteza é pior do que as tarifas em si, porque ela leva as pessoas a consumirem menos e aos investidores a investirem menos”, afirmou.

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