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PMI: setor de serviços do Brasil recua em julho

PMI: setor de serviços do Brasil recua em julho

O setor de serviços do Brasil enfrentou em julho sua retração mais acentuada desde abril de 2021. Segundo dados divulgados pela S&P Global, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) caiu de 49,3 em junho para 46,3 em julho, marcando o quarto mês consecutivo abaixo da linha dos 50 pontos que separa expansão de contração.

O desempenho reflete não apenas a perda de ritmo da atividade, mas também uma queda expressiva na entrada de novos pedidos e na confiança empresarial.

Gráfico PMI setor de serviços do Brasil

O recuo no setor de serviços do Brasil foi impulsionado por uma combinação de fatores: aumento da concorrência, demanda reduzida e inadimplência de clientes. De acordo com a pesquisa, os fluxos de novos pedidos encolheram pelo quarto mês seguido, e no ritmo mais rápido em mais de quatro anos. Todas as quatro áreas da economia de serviços monitoradas apresentaram retração, com destaque negativo para o segmento de Finanças e Seguros.

Mercado de trabalho sente os efeitos

Pela primeira vez desde outubro de 2023, o setor de serviços viu uma redução no nível de empregos. Ainda que modesta, a queda interrompe uma sequência de oito meses de contratações.

Entre os motivos citados pelas empresas estão a falta de novos negócios, custos operacionais elevados, reestruturações internas e a alta carga tributária.

Pressões inflacionárias e custos

Apesar de a inflação dos custos de insumos ter recuado para o menor nível em oito meses, os preços cobrados pelos serviços subiram no ritmo mais rápido desde fevereiro. Esse movimento revela um esforço das empresas para proteger suas margens diante de custos elevados com materiais, energia, combustíveis e impostos.

O setor de Serviços ao Consumidor liderou o aumento nas despesas, enquanto Finanças e Seguros ficou no topo do ranking de inflação de preços.

Confiança empresarial em queda livre

A incerteza econômica e política também vem minando o otimismo no setor de serviços do Brasil. A confiança das empresas caiu para o nível mais baixo desde meados de 2020, influenciada por fatores como a previsão de interrupções com a eleição presidencial de 2026, problemas financeiros, e a diminuição dos investimentos.

Pollyanna De Lima, diretora da S&P Global Market Intelligence, afirmou: “Os resultados do PMI de julho indicaram ventos contrários preocupantes para o setor privado do Brasil (…) agravadas pela incerteza em torno da eleição presidencial de 2026 e por problemas de fluxo de caixa”.

Panorama mais amplo: contração também na indústria

O PMI Composto, que agrega os dados da indústria e serviços, também apresentou retração significativa, passando de 48,7 em junho para 46,6 em julho. A queda mais intensa foi observada no setor de serviços, mas a indústria também registrou desaquecimento. A queda no nível de empregos no setor privado brasileiro, que não ocorria há quase dois anos e meio, reforça o alerta.

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