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Economia em marcha lenta: saiba quais são os cinco sinais
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Economia em marcha lenta: saiba quais são os cinco sinais

A economia brasileira dá sinais claros de desaceleração. Em live no Youtube da EQI Investimentos, analistas da EQI Research, Nicolas Merola e Felipe Paletta, apontam que a atividade da economia entrou em marcha lenta e já impacta empresas e consumidores. O alerta vem de resultados corporativos, dados de mercado e do chamado “Índice BBB” — sigla para Boleto, Bolacha e Bolsa.

“Esse efeito da política monetária demora para acontecer e só agora estamos começando a ver os impactos de forma mais drástica nas empresas”, destacou Merola. Paletta completou: “A taxa de juros sobe, mas o efeito não é imediato, demora de nove a dezesseis meses para aparecer na economia.”

A partir dessa leitura, eles elencaram cinco sinais práticos que confirmam a desaceleração.

Cinco sinais da economia em marcha lenta

Confira a seguir quais são os pilares observados que comprovam a economia em marcha lenta.

1. Trade-down: consumo de marcas mais baratas

O primeiro sinal é o trade-down, quando o consumidor não deixa de comprar, mas substitui marcas mais caras por opções baratas. Merola lembrou que os CEOs das empresas estão confirmando isso em resultados trimestrais. O Grupo Mateus (GMAT3), por exemplo, relatou alta nas vendas de bolachas e leites de marcas desconhecidas, antes quase inexistentes no Nordeste.

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“As pessoas, ao invés de comer aquela bolacha mais gostosa, mais cara, já estão comprando a bolacha um pouco mais barata”, explicou Paletta. Esse movimento também levou redes como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CARR; CRFB3) a reforçarem marcas próprias, dando opções mais acessíveis aos clientes.

2. Lojistas apertados nos shoppings

Apesar de shoppings cheios, os lojistas estão sob pressão financeira. “Os shoppings estão batendo recorde de faturamento, mas o lojista já tem dificuldade maior. Convencer a pessoa a gastar no shopping já começa a ficar mais difícil”, afirmou Paletta.

Merola explicou que mesmo uma desaceleração pequena nas vendas pode sufocar o lojista, já que o varejo é altamente dependente de crédito: “Não precisa queda de vendas para o lojista ficar sufocado. Um crescimento menor já é suficiente para comprometer margens e despesas financeiras.”

A Allos (ALOS3), com presença maior em classes média e baixa, já registra sinais de inadimplência entre lojistas, mesmo em cenário de fluxo elevado.

3. Menos recargas de celular

Outro indicador vem das operadoras de telefonia. A TIM (TIMS3) reportou queda na receita média de planos pré-pagos. “As pessoas estão recarregando menos. Isso é reflexo de menor fluxo de recarga e mostra o constrangimento da renda disponível. Isso é reflexo de um comportamento de menor recarga, fluxo de recarga de plano pré-pago”, observou Paletta.

Esse dado é relevante porque atinge consumidores de baixa renda, mais sensíveis a variações econômicas.

4. Inadimplência em condomínios

Um sinal silencioso, mas preocupante, é a alta na inadimplência condominial. O índice saltou de 3% para 7% em apenas um mês. “De 100 pessoas, 7 não estão pagando o condomínio. É mais fácil deixar de pagar esse boleto, que tem encargos menores, para priorizar dívidas como cartão de crédito”, explicou Paletta.

Merola reforçou que esse é um sinal silencioso, mas grave: “Esse é um dado menos visível, mas quando salta de 3 para 7 em cada 100, mostra que as famílias já chegaram ao limite.”

5. Liquidações de estoques

O quinto sinal está nas grandes liquidações. Empresas como a Magazine Luiza (MGLU3) recorreram a promoções agressivas para girar estoques, mesmo sacrificando margens.

Segundo Paletta, “isso mostra que o consumidor está mais sedento por preço e que as empresas já antecipam dificuldades futuras de vendas.”

Lição do passado

Os analistas lembram que esse cenário não é inédito. Em 2015-2016, quando a Selic estava em 14,25% e a economia também desacelerava, o Brasil viveu processo semelhante. Naquele período, a inadimplência subiu, o crédito encolheu e, em seguida, os juros começaram a cair, impulsionando a Bolsa fortemente.

“Há males que vêm para o bem: a economia desacelerou, mas vimos a taxa de juros cair e a Bolsa disparar”, lembrou Paletta.

Oportunidades para investidores

Para os analistas, o momento pode ser estratégico para ativos reais. “Ativos reais são o grande driver para esse movimento. Onde você vai ter o efeito multiplicativo mais potencializado normalmente são nesses ativos”, disse Merola.

Paletta reforçou: “Esse é um excelente momento para se antecipar. Quando os juros começarem a cair, você não vai conseguir comprar as ações pelo preço de hoje.”

A economia em marcha lenta preocupa no curto prazo, mas abre caminho para cortes de juros e valorização de ativos como ações e fundos imobiliários no médio e longo prazo.

Assista a live completa com os analistas da EQI Research, Nicolas Merola e Felipe Paletta.

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