Em tempos de tensões geopolíticas, os investidores se perguntam quais as implicações dos conflitos no Oriente Médio, região que concentra a maior parte da produção mundial. O analista Nicolas Merola, da EQI Research, explica como as ações do segmento de petróleo reagem com a escalada de tensões e o que fazer com a carteira de investimentos.
De acordo com ele, foram muito divulgados os impactos que o conflito recente – como envolvendo o Irã – estavam tendo no preço do petróleo. Justamente pelos temores e diante da importância que a região tem dentro desse mercado.
Ele explicou que o maior risco nessa situação é se alguma quebra no suprimento ou na produção de petróleo aconteça e por consequência, o preço do petróleo se movimente muito.
“Quando o preço do petróleo se movimenta, automaticamente as ações de petróleo na Bolsa seguem esse ritmo porque apesar de elas estarem aqui no Brasil, o preço do petróleo é um ativo global e, por consequência, afeta o preço do produto que a Petrobras ($PETR4) ou as outras empresas estão vendendo”, disse ele.
Conflitos no Oriente Médio: preço reage à escalada de tensões
Merola explicou que o preço do petróleo vem reagindo à escalada de tensões, mas tudo em função de temores de que a escalada continue ou temores de que alguma dessas fontes de suprimento ou tanques logísticas ou estruturas logísticas possam ser afetadas.
“E é muito comum que isso aconteça nesses momentos de tensão. A grande questão é que, historicamente, sempre que ocorrem conflitos desse tipo, em que a infraestrutura ou as instalações não são efetivamente atingidas, como foi na década de 70, por exemplo, esses picos são temporários e. E por consequência, não devemos reprecificar ou repensar os nossos investimentos em Bolsa e em empresas do setor em função desses eventos”, orientou ele.
Merola completa explicando que as tensões podem ser até oportunidades para fazer movimentações já que os fundamentos de longo prazo dificilmente ficam afetados com esses eventos.
“Então, na minha visão, isso vai afetar, sim, as empresas de Bolsa, principalmente o preço no curto prazo, mas o médio e o longo prazo se mantêm inalterados”, finaliza ele.
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