Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Como investir com Selic mantida em 13,75%: saiba o que dizem os especialistas

Como investir com Selic mantida em 13,75%: saiba o que dizem os especialistas

Esta super quarta, com decisão sobre os juros nos EUA e no Brasil, confirmou a décima alta consecutiva nos juros americanos e a manutenção da Selic, pela sexta vez consecutiva, em 13,75%. 

Ambas as movimentações seguiram dentro do consenso do mercado e reforçam boas oportunidades de investimento em Renda Fixa. 

Já quanto aos Fundos Imobiliários, os Fundos de Papel seguem na carteira com garantia de bons rendimentos, ao passo que os preços descontados dos Fundos de Tijolo compõem estratégias para o longo prazo.

Para acertar na carteira de investimentos, acompanhe agora o que dizem o estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese, e a analista de FIIs da EQI Research, Carol Borges. 

  • Veja como investir com Selic mantida em 13,75%!

EUA segue consenso e sobe juros para até 5,25% ao ano

Nos EUA, o Fed, banco central norte-americano, aumentou a taxa de juros dos EUA para o intervalo entre 5% e 5,25% ao ano. 

Publicidade
Publicidade

O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, afirma que a decisão se deu porque os membros do Fomc não viram mudanças no cenário macroeconômico que justificassem o fim do aperto monetário.

”A novidade é que eles apontam as restrições no cenário de crédito, que devem afetar a atividade econômica e a inflação mais à frente”, aponta o analista.

Ele mantém sua projeção de que os juros por lá devem se estabilizar pelo menos até o fim do ano, sem altas, mas também sem queda antes de 2024.

“Essa declaração sobre o crédito abre a interpretação de que não haverá mais altas, mas os dados de trabalho mostram que a queda da inflação não será acelerada, o que fecha a porta para eventuais quedas”, concluí Kautz.

Brasil mantém taxa de juros pela sexta vez consecutiva

Por aqui, o Copom – Comitê de Política Monetária – manteve, por decisão unânime, a taxa Selic em 13,75% ao ano.

No comunicado, a análise do cenário doméstico apontou que o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo comitê, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho. 

“A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente”, trouxe o comunicado da entidade.

Gráfico evolução da taxa Selic 2017 a 2023. Como investir com Selic mantida em 13,75%

Como investir com Selic mantida em 13,75%: Renda Fixa segue no foco

Com a manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano, a prioridade ainda são os investimentos em Renda Fixa. 

Veja agora como ficam os títulos pós e pré-fixados e IPCA+: 

Pós-fixados: maior rendimento no curto prazo

Na classe de Renda Fixa, os pós-fixados são os que, provavelmente, vão render mais no curto prazo, segundo analisa o estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese. 

“Eles estão no seu pico de rendimento, porque a Selic e o CDI também estão no seu pico de rendimento. No entanto, a partir do segundo semestre, a gente deve ver uma queda dessas taxas”, observa.

Pré-fixados: estratégia para médio e longo prazo

Na avaliação de Wiese, os pré-fixados já tiveram uma boa queda, acompanhando os juros futuros dentro do intervalo que compreende o período de um mês e meio. 

“Por esse motivo, eles estão um pouco mais embaixo, mas ainda assim, pensando no médio, longo prazo, faz sentido comprar pré-fixados”, analisa.

IPCA+: boas oportunidades no momento

Já quanto aos títulos IPCA+, o estrategista da EQI Investimentos explica que eles servem para proteger da inflação, embora o índice tenha registrado queda nos últimos doze meses.

Para ele, a situação deve se inverter a partir de julho, com a reoneração dos impostos sobre os combustíveis, influenciando uma nova alta a partir do segundo semestre. 

“Essa alta será limitada ao tamanho do aumento dos combustíveis. No entanto, a inflação não vai deixar de ser um problema nos próximos anos no Brasil”, reitera. 

Reforçam essa ideia as expectativas desancoradas para as previsões de IPCA 2024, 2025 e 2026, que vem aumentando semana a semana, conforme projeções do Boletim Focus. 

Ainda, de acordo com ele, olhando a médio e longo prazo, a inflação tende a não ficar controlada nos próximos anos em razão das políticas de gastos do governo.

“Dentro desta perspectiva faz sentido comprar IPCA+ e aproveitar esse juro real gordo que estamos vendo hoje, com papéis Triple A pagando IPCA+7”, completa.

Como investir com Selic mantida em 13,75%: Renda Variável aparece no radar

Considerando um início de queda de juros no segundo semestre de 2023, uma fase expansionista da política monetária pode ser inaugurada, na percepção de Denys Wiese. 

“A gente não imagina que essa fase expansionista leve os juros para 2%, 3%, como aconteceu no passado recente. Deve chegar até 10%, quem sabe. Mas, vamos ver um ‘mini ciclo de expansão monetária’. E isso tende a beneficiar os ativos de Renda Variável”. 

Nesse sentido, ele destaca a recuperação do IFIX, IBOV e Small Caps, que subiram no último mês, fruto da queda dos juros futuros. 

“A Renda Variável está muito ‘amassada’. A gente deve ver uma recuperação para o segundo semestre com a queda dos juros”, frisa. 

No entanto, Wiese reforça atenção ao perfil investidor para dosar bem a carteira. 

“É bom manter a locação bem montada para não tomar risco desnecessário, porque o mundo mais inflacionário, traz juros maiores. Vai ser mais difícil ganhar dinheiro em Renda Variável e mais fácil ganhar em Renda Fixa no médio e longo prazo”, adverte. 

Como investir com Selic mantida em 13,75%: Fundos Imobiliários

No cenário de juros ainda altos por um tempo, a estratégia para os Fundos Imobiliários segue com os Fundos de Papel entre os destaques, como observa Carol Borges, analista de FIIs da EQI Research. 

Juros altos: Fundos indexados ao CDI tendem a maiores rendimentos

A especialista reforça que os juros a 13,75% ao ano faz com que o CDI fique também em patamares bastante elevados, privilegiando os clássicos Fundos de Papel, em especial, aqueles indexados ao CDI, assim como os que possuem carteira mista – indexados ao IPCA e ao CDI – e também os que têm mais de 90% do seu portfólio indexado ao CDI. 

“Esses fundos, em um cenário de juros mais elevados, tendem a continuar com pagamentos na casa de 1,1% ao mês”, analisa.

Fundos de Tijolo: janela de oportunidade para boas compras 

Apesar da Selic mantida em 13,75%, a analista menciona que os Fundos de Tijolo possuem uma correlação mais bem definida com os juros futuros.

“Com uma expectativa de queda da taxa Selic nos próximos meses, já vimos que os Fundos de Tijolo, como lajes comerciais, fundos híbridos, os próprios Fofs – que investem em outros Fundos de fundos – começaram a apresentar uma tímida recuperação do valor de mercado”, comenta. 

Isso significa que os investidores com estratégia de longo prazo podem ver a janela de oportunidade para boas compras se fechar em breve. 

“Esse é um ponto de atenção para quem está visualizando hoje cotas de fundos bem localizados, com um bom padrão construtivo e com gestão bastante competente”, reforça. 

Como investir com Selic mantida em 13,75%: a melhor estratégia para os Fundos Imobiliários

De acordo com Carol Borges, a estratégia para o momento pode se beneficiar do cenário de juros mais elevados com títulos indexados ao IPCA, que traz ganho real acima da inflação. 

Para o investidor mais arrojado, que tem uma carteira que assume um pouco mais de risco, os preços descontados dos Fundos de Tijolo também configuram oportunidade de potencial retorno em ganho de capital no médio a longo prazo.

A analista reforça a importância de saber fazer a diferenciação conforme o perfil de investimento para identificar o objetivo que cada carteira visa alcançar e, então, montar estratégias que podem ser, inclusive, uma combinação dessas duas.

“O investidor pode aproveitar os juros elevados e o cenário de boa remuneração em Fundos de Papel, e, também, fazer compras estratégicas, tanto em Fundos de Tijolo, quanto em Fofs que sejam bem geridos e que tenham bons ativos em carteira para, no futuro, conseguir um potencial ganho de capital mais expressivo”, finaliza.