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Copom mantém Selic em 13,75% pela sexta vez

Copom mantém Selic em 13,75% pela sexta vez

O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao Banco Central (BC), decidiu manter a Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, em 13,75% ao ano.

A decisão já era esperada pelo mercado financeiro, apesar da pressão por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe ministerial, bem como base política no Congresso.

Durante as últimas semanas, a verborragia em torno do tema foi intensa por parte das autoridades políticas, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, quase foi colocado na berlinda.

Em audiência no Senado, na última semana, ele chegou a receber um boné do senador Cid Gomes (PDT-CE), como um claro sinal de que deveria entregar o cargo.

Já a deputada federal Gleisi Hoffmann utilizou as redes sociais para se pronunciar acerca do viés econômico do BC que, na opinião dela, “se opõe ao governo e à população brasileira menos abastada”.

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O Ministro da fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta data que deve indicar a nova diretoria do BC ainda esta semana. Ele falou com jornalistas mais cedo e, ao ser questionado se já seria viável baixar a taxa Selic, respondeu: “Dá, né?”.

Para Haddad, o BC já poderia iniciar o processo de corte dos juros básicos da economia nesta semana. Vale lembrar que o ministro está em processo de escolha de novos integrantes do BC.

Alguns diretores do BC cujos mandatos encerraram em fevereiro são:

  • Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária
  • Paulo Souza, diretor de Fiscalização

Diretores do BC que encerram o mandato até o fim do governo Lula:

  • Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, com mandato até 31 de dezembro 2023
  • Maurício Costa de Moura, diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta, com mandato até 31 de dezembro 2023
  • Carolina de Assis Barros, diretora de Administração, com mandato até 31 de dezembro 2024
  • Otávio Damaso, diretor de Regulação, com mandato até 31 de dezembro 2024
  • Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, com mandato até 31 de dezembro 2024
  • Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, com mandato até 31 de dezembro de 2025
  • Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, com mandato até 31 de dezembro de 2025
Gráfico mostra o caminho da Selic.

O que é a Selic e para que serve?

A Selic é uma sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, e ela é a taxa básica de juros da economia brasileira.

A Selic influencia as taxas de juros de todo o país e é utilizada pelo BC para controlar a inflação.

Para o investidor, ela se faz inda mais importante pois está diretamente atrelada a algumas classes de investimentos.

Além disso, a Selic é administrada pelo BC e nela são transacionados títulos públicos federais. A taxa média de todas essas transações (empréstimos de curto prazo, realizados no mesmo dia) é referente à Taxa Selic.

Também é um indicador importante, e tem influência direta em todas as outras taxas de juros no país, como a taxa de juros do seu cartão de crédito, por exemplo.

Desta forma, a autoridade monetária se esforça para definir a taxa, de forma a assegurar a estabilidade dos preços no país – ou seja, para controlar a inflação. A cada 45 dias, o órgão se reúne para definir se a Selic se mantém, aumenta ou diminui. 

O que é a meta de inflação?

Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

O que diz o Copom para justificar a manutenção?

Os três primeiros parágrafos do relatório do Copom destacam o seguinte, conforme reproduzido na íntegra:

O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho. A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente.

As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024. As projeções para a inflação de preços administrados são de 10,8% em 2023 e 5,2% em 2024. Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.