As tensões na guerra comercial entre Washington e Pequim escalaram nesta terça-feira (14), com a China impondo sanções a cinco subsidiárias nos Estados Unidos da construtora naval sul-coreana Hanwha Ocean, alegando que as empresas apoiaram as investigações americanas contra a indústria naval chinesa. A notícia atingiu duramente a Hanwha Ocean, cujas ações despencaram mais de 8% no mercado sul-coreano.
As subsidiárias sancionadas são a Hanwha Shipping LLC, Hanwha Philly Shipyard Inc., Hanwha Ocean USA International LLC, Hanwha Shipping Holdings LLC e HS USA Holdings Corp. Em comunicado, o Ministério do Comércio da China (Mofcom) expressou “forte insatisfação” e “firme oposição” ao que chamou de auxílio e apoio das subsidiárias às “investigações e medidas do governo americano contra os setores marítimo, logístico e de construção naval da China”.
Com efeito imediato, a ordem proíbe que organizações e indivíduos chineses realizem negócios com as empresas sancionadas, uma medida que o ministério justifica como necessária para proteger a soberania e a segurança da China. A Hanwha Ocean, por sua vez, não se pronunciou de imediato sobre as sanções.
Guerra comercial: Pequim busca série de ações recíprocas
O movimento de Pequim é a mais recente de uma série de ações recíprocas que marcam uma intensificação da guerra comercial. Mais cedo na terça-feira, a China confirmou ter iniciado a cobrança de taxas portuárias adicionais sobre embarcações ligadas aos EUA, no valor de 400 yuans (US$ 56) por tonelada líquida, retaliando a decisão dos EUA de impor taxas elevadas aos navios chineses que atracam em portos americanos. Navios construídos na China, no entanto, seriam isentos da taxa chinesa.
A escalada não se limitou à indústria naval. Pequim também revelou uma nova estrutura para restringir as exportações de terras raras e expandiu sua lista negra de empresas americanas. Em resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor 100% mais tarifas sobre as importações chinesas, com Pequim defendendo suas restrições às terras raras como uma medida “legítima”.
Em paralelo, o Ministério dos Transportes da China iniciou uma investigação sobre o impacto da investigação da Seção 301 de Washington nas indústrias de transporte e construção naval chinesas. O inquérito também visa identificar se empresas, organizações ou indivíduos ajudaram os EUA a “empreender comportamentos discriminatórios e restritivos” contra a cadeia de suprimentos de transporte da China, indicando que a lista de possíveis retaliações e sanções pode se expandir.